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Programa do governo estimulou o setor, diz economista

O Paraná Competitivo, programa que já captou R$ 9 bilhões de in­ves­­timentos, segundo o governo estadual, ainda não pôs em funcionamento nenhuma indústria, mas já induziu o crescimento industrial. A opinião é do economista Frederico Turolla, do Isae/FGV.

"É um programa de alta relevância. Mesmo não tendo operacionalizado a indústria, o setor de máquinas e equipamentos já apresenta ganhos, motivado pelos investimentos que estão por vir. Há um vigor diferenciado no estado, que tem uma melhora no ambiente de negócios e uma disponibilidade de capital humano de qualidade", destaca Turolla.

O diretor-presidente do Ipar­des (que é ligado ao governo estadual), Gilmar Mendes Lou­renço, também aponta a me­­lhora do ambiente de negócio como uma das razões para os bons indicadores. "As estatísticas confirmam o extraordinário dinamismo exibido pelo mercado de trabalho do setor manufatureiro", diz.

O emprego industrial no Paraná segue na contramão do restante do país, apresentando indicadores positivos em meio à perda de dinamismo da indústria nacional. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de trabalhadores na indústria brasileira diminuiu 0,5% na comparação entre janeiro de 2012 e 2011, enquanto no Paraná, no mesmo período, houve alta de 4,6% – a mais forte entre os dez estados avaliados.

Os principais segmentos responsáveis pelo bom resultado no Paraná foram máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações; alimentos e bebidas; refino de petróleo e álcool; minerais não metálicos, têxtil, metalurgia e meios de transporte.

O número de horas pagas na indústria, que está intimamente ligada ao emprego industrial, também cresceu no estado, apresentando variação de 1,4% em janeiro deste ano sobre o primeiro mês de 2011, ante queda de 1,5% em nível nacional. Outro indicador em alta é o da folha de pagamento real, que, entre janeiro de 2011 e 2012, teve crescimento de 15,5%. Ela foi puxada, entre outros segmentos, por máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos e de comunicações; meios de transporte; e alimentos e bebidas.

Para o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desen­volvimento Econômico e Social (Ipardes), Gilmar Mendes Lou­renço, é difícil explicar as razões para a alta tão acentuada dos salários industriais. "Uma hipótese é que o salário médio pago no Paraná está acima da média brasileira desde o ano passado. É uma tendência que pode estar se consolidando, de pagamentos acima da média de produtividade", avalia.

Outra explicação para a alta salarial é uma possível antecipação do pagamento de 13.º salário e de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), segundo o economista da coordenação de indústria do IBGE, Rodrigo Lobo.

Além disso, o aquecimento do mercado e ganhos reais de algumas categorias com a valorização do salário mínimo impulsionam o rendimento industrial. "Há segmentos, como o de alimentação, em que o salário é baixo. Então, com o aumento do piso regional, o rendimento acaba se valorizando", ressalta Cid Cordeiro, coordenador do Departamento Inter­sindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PR).

Dinâmica paranaense

Na opinião do economista Frederico Turolla, do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae/FGV), a boa situação do emprego revela que a economia do estado está diversificada e deixou de se amparar apenas em setores tradicionais. "A indústria do Paraná tem dois fortes eixos, o agronegócio e o automotivo. O que vemos nestes indicadores e nos últimos tempos é que ela está mais dinâmica e se diversificando", avalia.

Para Rodrigo Lobo, do IBGE, é comum o Paraná apresentar dados industriais que destoam do cenário econômico. "Com fre­quência o Paraná apresenta um comportamento diferente na indústria, mostrando um descolamento com o restante do país, devido, principalmente, à intensidade do uso da mão de obra no estado", diz.

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