De janeiro a março deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 33,3 bilhões em empréstimos, uma retração de 24% frente ao mesmo período de 2014.
Nesses três meses, todos os setores apoiados pelo banco de fomento tiveram baixa nos valores desembolsados: agropecuária (-13%), indústria (-17%), infraestrutura (-25%) e comércio e serviços (34%).
As aprovações para financiamento a novos projetos também encolheram drasticamente: 46% de janeiro a março, para R$ 21 bilhões no acumulado do período, informou o banco estatal nesta quinta-feira (14).
Já as consultas (pedidos de crédito) recuaram 47% nos três meses.
Dificuldades do braço brasileiro do HSBC alimentam expectativa de venda
Resultados ruins e indefinição sobre o futuro são vistos como sinais de que o banco inglês, que em 1997 comprou o Bamerindus, vai encerrar as atividades no Brasil
Leia a matéria completaEscassez
Os dois indicadores (de aprovações e de pedidos de crédito) são uma espécie de termômetro para o futuro. O fraco desempenho aponta, portanto, para desembolsos mais escassos para frente.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, já havia alertado em audiência pública no Senado que os desembolsos do banco seriam menores neste ano em comparação a 2014 – quando somaram R$ 188 bilhões.
Isso porque o banco se ajusta atualmente à nova política econômica, comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Nos últimos anos, o BNDES recebeu aportes bilionários do Tesouro para financiar o setor privado.
Com o ajuste das contas públicas, o BNDES tem desacelerado e buscado novas fontes de recursos. O banco precisará neste ano de R$ 30 bilhões para fazer todos os desembolsos que já estavam programados.
Taxas em alta
O banco também atribui a queda das liberações de recursos ao Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES PSI). Essa linha de crédito voltada para bens de capital teve suas taxas aumentadas.
“O banco vem reduzindo os níveis de participação máxima em TJLP nos seus financiamentos, abrindo mais espaço para a presença do mercado de capitais no financiamento de longo prazo”, informou o banco em nota nesta quinta-feira (15).
-
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
-
“A ditadura está escancarada”: nossos colunistas comentam relatório americano sobre TSE e Moraes
-
Jim Jordan: quem é campeão de luta livre que chamou Moraes para a briga
-
Aos poucos, imprensa alinhada ao regime percebe a fria em que se meteu; assista ao Em Alta
Meta fiscal mais frouxa do governo Lula piora expectativas e mercado joga juros para cima
Rebaixamento da meta aumenta desconfiança sobre as contas do governo Lula
Incertezas do Brasil fazem exportador deixar dólar no exterior e elevam pressão sobre câmbio
FMI amplia projeção de crescimento do PIB brasileiro para 2024 e 2025
Deixe sua opinião