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Busca por uma vaga de emprego no país está cada vez mais difícil. | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Busca por uma vaga de emprego no país está cada vez mais difícil.| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

A taxa de desemprego no Brasil atingiu em abril o maior nível em quase quatro anos, de 6,4%, ao subir pela quarta vez seguida, em mais um mês marcado pelo aumento da procura por vagas e queda na renda no momento em que o governo se prepara para anunciar o contingenciamento de gastos.

O número é da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, que inclui dados de seis regiões metropolitanas (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre). Essa é o maior índice de desocupação desde maio de 2011, quando também ficou em 6,4%. Em abril de 2014, a taxa foi de 4,9%.

Em março, o nível de desocupação foi de 6,2%. O IBGE considera que a variação de 0,2 ponto percentual entre março e abril não é estatisticamente relevante e, por isso, avalia a passagem entre os dois meses como estabilidade. A população desocupada foi de 1,557 milhão em abril, ou 63 mil pessoas a mais que em março – variação de 4,2%.

Já o rendimento real foi de R$ 2.138,50, o que representa uma queda de 0,5% frente a março. Na comparação com abril de 2014, o recuo da renda foi mais expressivo, de 2,9%. Foi o terceiro mês consecutivo de queda no salário real frente ao mês anterior.

O aumento da taxa de desemprego ocorreu de forma mais expressiva entre os jovens. Na faixa etária entre 18 e 24 anos, o desemprego foi de 16,2% em abril, frente a 15,7% em março e 12% em abril de 2014. No grupo entre 25 e 49 anos, a taxa foi de 5,3% em abril, ante 5,1% em março e 4% em abril do ano passado.

“Todos os grupos de idade registram aumento da taxa de desocupação, mas esse crescimento é mais acentuado entre aqueles entre 18 e 24 anos”, afirmou a técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Ao mesmo tempo, a população não economicamente ativa – formada por aqueles que têm idade para trabalhar, mas não buscam trabalho – caiu 3,01% entre abril de 2014 e abril de 2015 na faixa entre 18 e 24 anos, para 1,767 milhão de pessoas. Na média geral, subiu 0,4%.

Segundo a técnica do IBGE, esse aumento da desocupação entre jovens pode ser explicado tanto por pessoas que foram demitidas como por aqueles agora estão buscando trabalho. “Os jovens mostram maior redução na ocupação como também maior procura por trabalho. Não quer dizer que só jovem está procurando trabalho, todo mundo está procurando trabalho”, disse Adriana.

Perfil positivo

Para a técnica do IBGE, os dados da pesquisa mostram que o mercado de trabalho apresenta um perfil diferente do ano passado, com crescimento da desocupação e redução da renda. Ela alerta, no entanto, que em uma comparação de mais longo prazo o perfil ainda é mais positivo.

“A gente percebe que o mercado de trabalho apresenta variáveis opostas em relação a 2015. De fato, há crescimento da desocupação, o que não ocorria, e redução da renda. A taxa de desemprego de 6,4% volta ao nível de 2011. Mas ainda que haja reversão de variáveis consideradas positivas de 2014, a trajetória do mercado de trabalho em período mais longo mostra que ainda existem ganhos.”

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