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A dívida pública federal, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, registrou avanço de 3,50% no mês de junho na comparação com maio, chegando a R$ 2,583 trilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27) pelo Tesouro Nacional.

O número leva em consideração a soma das dívidas contraídas pelo Tesouro com a venda de títulos públicos para financiar os deficits no Orçamento. A emissão de títulos superou os resgates em R$ 64,06 bilhões. Houve também acréscimo de R$ 23,4 bilhões da dívida em juros.

O estoque da dívida interna aumentou 3,81%, somando R$ 2,462 trilhões em junho. Já a dívida externa apresentou retração de 2,35%, totalizando R$ 121,28 bilhões no período.

As instituições financeiras continuam com a maior parte dos papéis emitidos, com 26,51% do total. Logo atrás estão os fundos de investimento, com 19,82%. Já o volume de investidores estrangeiros que possuem títulos do Tesouro no mercado interno caiu, passando de 20,8% em maio para 20,04% em junho.

Para o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Leandro Secunho, a expectativa é de que a participação de não residentes no mercado interno continue relevante ao longo do ano. “Continuamos vendo interesse dos investidores estrangeiros. Nossa perspectiva é que essa participação de não residentes se mantenha estável ou eventualmente tenha um crescimento marginal”.

Na composição da dívida interna, a parcela dos títulos com remuneração prefixada subiu de 43,54% para 44,05%. Já a participação de títulos indexados a índices de preços caiu de 34,57% para 34,23%. Títulos remunerados por taxa flutuante fecharam junho em 21,14%, queda de 0,13 ponto percentual.

Considerando o acumulado em 12 meses, o custo médio da dívida em títulos emitidos pelo Tesouro no mercado interno chegou a 12,88% ao ano, ante 12,58% em maio. No final de 2014, o custo médio era de 11,51%.

Secunho considerou que os resultados apresentados têm forte influência sazonal, pelo volume baixo de títulos que vencem em junho, na contramão do volume de emissões. O governo espera que os resultados do próximo mês mostrem uma evolução mais favorável da dívida.

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O Tesouro afirmou que é difícil saber se o mercado financeiro já está precificando, nos leilões de títulos, a possibilidade uma queda da nota de crédito do Brasil.

O governo recebeu há duas semanas uma comitiva da agência de classificação de risco Moody’s. Há expectativa de que essa nota, uma espécie de selo de bom pagador, seja rebaixada. Hoje, o Brasil tem avaliação “Baa2”, a segunda nota do grau de investimento da agência.

Ao comentar a visita, Secunho disse que o governo tem o papel de dar a maior transparência possível nas ações. “Se isso vai ter impacto no custo (dos leilões) ou não, são expectativas do mercado, não cabe a nós fazer projeções sobre trajetória futura das taxas da dívida”, afirmou.

Sobre o mercado externo, o coordenador do Tesouro lembrou que a dívida externa já está pré-refinanciada, e que acessar ou não o mercado financeiro externo é uma decisão do governo, tomada com base em monitoramento de cenários. “Vamos ao mercado externo quando entendermos que as condições são favoráveis. Mas sempre observamos questões internas e externas”, disse.

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