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Segundo analistas, a pressão cambial tende a continuar no médio prazo, à medida que se aproxima o aumento de juros nos Estados Unidos | Marcos Santos/USP Imagens
Segundo analistas, a pressão cambial tende a continuar no médio prazo, à medida que se aproxima o aumento de juros nos Estados Unidos| Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O dólar fechou em alta ante o real nesta sexta-feira (29) e encerrou maio com avanço, diante de expectativas de que o Banco Central continue no mês que vem com sua política de reduzir a intervenção no mercado de câmbio.

A moeda norte-americana subiu 0,74%, a R$ 3,1873 na venda, maior nível de fechamento desde 31 de março, quando foi a R$ 3,1909. Em maio, a divisa acumulou avanço de 5,78%, no oitavo mês de valorização dos últimos nove meses.

O giro financeiro ficou em torno de R$ 1,4 bilhão nesta sessão, segundo dados da BM&F.

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Juros nos EUA

Segundo analistas, a pressão cambial tende a continuar no médio prazo, à medida que se aproxima o aumento de juros nos Estados Unidos e diante da menor atuação do BC. No entanto, alguns veem espaço para alívio no curto prazo.

O BC tem afirmado repetidamente que o estoque de swaps cambiais já atende à demanda por proteção do mercado financeiro brasileiro, alimentando expectativas de que pode rolar cada vez menos contratos daqui para frente. Neste mês, a autoridade monetária rolou cerca de 70% dos contratos que vencem em junho e o próximo lote, que vence em 1º de julho, equivale a US$ 8,742 bilhões.

“Eu não me surpreenderia se o BC acelerasse a desmontagem dessa política (de swaps cambiais)”, afirmou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. “É óbvio que quando você anuncia o fim do programa, você gera volatilidade, mas a alta do dólar é um movimento global e cíclico, não faz sentido manter o programa.”

A perspectiva de alta dos juros nos EUA vem pressionando o câmbio globalmente. Nesta sessão, contudo, a expectativa de que o banco central norte-americano deverá elevar os juros ainda este ano perdeu um pouco de força, após a maior economia do mundo contrair no primeiro trimestre.

“Se estivéssemos em um momento de maior volatilidade, se houvesse o temor de uma espiral mais forte no câmbio, faria sentido (manter o programa). Hoje, esse grau de volatilidade da moeda traz preocupação? Não”, acrescentou Zeina.

A alta do dólar nesta sessão foi corroborada também pela contração do PIB do Brasil no primeiro trimestre. Embora a queda tenha vindo menor que o esperado por analistas, investidores viram nos detalhes do relatório sinais de que a economia brasileira não voltará a crescer tão cedo.

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Alívio?

Alguns analistas, no entanto, veem espaço para algum alívio nas cotações no curto prazo. O BNP Paribas espera que o dólar feche este ano a R$ 3,20 e o ano que vem a R$ 3,40, mas estima que o valor justo do dólar no curto prazo está em torno de R$ 3,06 e, por isso, recomenda apostas táticas na queda do dólar.

“Pode haver uma correção nos próximos dias”, disse gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Na primeira parte desta sessão, a volatilidade foi acentuada pela briga antes da formação da Ptax de maio.

A Ptax é uma taxa calculada diariamente pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. Operadores costumam disputar para influenciar a taxa do último pregão do mês, que determina a cotação utilizada para precificar o primeiro contrato futuro de dólar negociado na BM&F, um dos mais líquidos do mercado financeiro brasileiro.

“Último dia do mês é sempre assim: Ptax pressiona e o mercado especula sobre a rolagem dos swaps do BC. O fundamento fica de lado”, disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

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