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Disparada da moeda levou o Banco Central a fazer três operações para injetar recursos no mercado | Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas
Disparada da moeda levou o Banco Central a fazer três operações para injetar recursos no mercado| Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Preocupações com a situação política e econômica do país fizeram disparar por mais um dia o dólar, que atingiu a máxima de R$ 4,15, e as taxas de juros futuros.

Os dois aumentos dificultam a situação de empresas que precisam de financiamento ou estão endividadas em dólar. A preocupação é que, com taxas cada vez mais altas, o crédito “trave”, provocando um efeito dominó.

Pela primeira vez, o contrato mais negociado de DI (taxa que serve como referência para o mercado), com vencimento em janeiro de 2017, ultrapassou 16%. Fechou em 16,47%, ante 15,75% na véspera. O contrato para janeiro de 2021 apontou 16,80%, contra os 16,14% da véspera.

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Na tentativa diminuir a pressão sobre títulos públicos, o Tesouro Nacional anunciou para esta quinta (24) operações extraordinárias de compra e venda de títulos pré-fixados (NTN-F).

Lógica do mercado

Segundo analistas, a curva dos juros futuros não significa, necessariamente, que os investidores apostem numa nova alta da taxa básica de juros pelo Banco Central, embora a desvalorização do câmbio eleve os preços de importados e, assim, cause uma nova pressão inflacionária.

Para Ricardo Humberto Rocha, professor de Finanças do Insper, essa pressão nos juros futuros reflete mais movimentos técnicos feitos pelos gestores do que os fundamentos do mercado.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, diz que investidores temem que a União seja obrigada a socorrer a Petrobras, que tem um alto passivo em dólares. “É um contágio do risco da estatal.”

Outro indicador de percepção de risco, o CDS (espécie de seguro contra calote) para títulos da dívida brasileira de cinco anos voltou a subir e fechou a 481 pontos.

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Intervenção

Também influenciado pelas incertezas políticas e fiscais, o dólar comercial fechou em alta de 2,24%, a R$ 4,145. A disparada da moeda levou o Banco Central a realizar operações que equivalem a venda futura de dólares, para aliviar a pressão por compra da moeda. A demanda pelos contratos, no entanto, foi menor que a oferta.

“O Banco Central não vai conseguir conter a alta do dólar enquanto o mercado não enxergar melhora no quadro econômico e político”, diz Fernando Aldabalde, da gestora Áquilla Asset.

A Bolsa fechou em baixa de 2%. Com o efeito negativo do dólar sobre as contas da Petrobras, as ações preferenciais da estatal caíram 2,15%, para R$ 6,82, no menor valor desde 6 de agosto de 2003.

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