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O dólar subiu quase 1% nesta segunda-feira (3), chegando a R$ 3,45, após o Banco Central sinalizar que não vai aumentar suas intervenções no câmbio mesmo após a moeda norte-americana saltar às máximas em doze anos, e com temores diante da cena política após a prisão do ex-ministro José Dirceu na nova fase da operação Lava Jato, que aproxima-se cada vez mais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O dólar subiu 0,87%, a R$ 3,4545 na venda, renovando o maior patamar em 12 anos na terceira alta seguida, acumulando valorização de 3,76% neste período. Na máxima da sessão, a divisa atingiu R$ 3,4618.

Só em julho, o dólar subiu pouco mais de 10% sobre o real, acumulando valorização de quase 30%.

“A prisão (de Dirceu) pode reverberar no Planalto e aumenta ainda mais a sensação de incerteza aqui”, disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

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Nesta sessão, o cenário político teve forte peso após a Polícia Federal prender Dirceu, apontado como um dos “líderes principais” que instituiu o esquema bilionário de corrupção na Petrobras ainda durante o período em que ocupava o cargo no Palácio do Planalto, levando a operação Lava Jato diretamente ao centro do governo do ex-presidente Lula.

Em meio a isso, operadores ressaltaram que o término do recesso parlamentar no Brasil deve alçar de volta ao centro das atenções os atritos entre o Legislativo e Executivo na aprovação de medidas que integram os esforços do governo para resgatar a credibilidade da política fiscal do país, motivando cautela nas mesas de operação.

Em alta

A perspectiva para o curto prazo segue de dólar em alta, com o cenário político interno no centro das atenções. “As tensões políticas têm pesado muito e devem continuar assim”, disse o especialista em câmbio da Icap Corretora, Italo Abucater, para quem o dólar pode subir a R$ 3,80 no curto prazo.

“Não temos nada no horizonte para favorecer uma queda do dólar”, disse.

Swaps

Pesou ainda sobre o dólar o sinal do BC de que não pretende ampliar sua atuação no mercado. A autoridade monetária deu início nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos. O volume correspondeu a US$ 289,6 milhões, ou cerca de 3% do lote para o mês que vem, que equivale a US$ 10,027 bilhões.

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Se mantiver esse ritmo e realizar leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60% do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto. Alguns operadores acreditavam que o BC poderia aumentar o ritmo da rolagem diante da escalada do dólar, que tende a pressionar a inflação ao encarecer importados.

“O BC deixou claro que não vale a pena brigar contra a alta do dólar”, disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

O mercado de câmbio brasileiro também tem sido pressionado pelo cenário externo, com apreensão sobre a desaceleração da economia chinesa diante do tombo das bolsas do país e pela perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos, que podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no mercado local.

Bovespa inicia mês no vermelho pressionada por Bradesco e Petrobras

A Bovespa fechou em baixa nesta segunda-feira (3), pressionada pelo recuo das ações do Bradesco, após o banco brasileiro adquirir a operação do HSBC no Brasil, e queda dos papéis da Petrobras, acompanhando o declínio do petróleo.

O Ibovespa caiu 1,43%, a 50.138 pontos. O giro financeiro totalizou R$ 5,16 bilhões.

O Bradesco fechou com queda de 3,12% nas ações preferenciais, após acordo para comprar a unidade brasileira do HSBC pelo equivalente a R$ 17,6 bilhões, acima do especulado inicialmente pelo mercado. “Embora existam potenciais sinergias a serem efetuadas, nós achamos que há muita ênfase em tamanho, em vez de rentabilidade”, disse o Bank of America Merrill Lynch, em nota a clientes, na qual considerou elevado o preço pago na operação.

O Itaú Unibanco encerrou o dia com declínio de 0,47% e Santander Brasil subiu 1,81%. Os dois bancos também participaram da disputa pela unidade do HSBC. Banco do Brasil avançou 0,86%.

Já a Petrobras terminou com as preferenciais em queda de 4,57% e as ordinárias em baixa de 5,18%, conforme os preços do petróleo bateram as mínimas em seis meses, com o Brent desabando mais de 5%. A venda de ativos e o aguardado IPO da BR Distribuidora ainda são apontados por agentes financeiros como catalisadores para os papéis da estatal, mas sem novidades sobre o assunto, os mesmos dizem que o preço do petróleo tem dominando a direção e intensidade das oscilações das ações.

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