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As amigas Thayza Melo, Monica Berlitz e Georgete Zelawoski: fomentando o empreendedorismo feminino dentro e fora da web. | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
As amigas Thayza Melo, Monica Berlitz e Georgete Zelawoski: fomentando o empreendedorismo feminino dentro e fora da web.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Elas são mais de 18 mil integrantes e crescem em progressão geométrica. O Clube da Alice começou com a reunião despretensiosa de oito parceiras de profissões variadas, na intenção de fortalecer relações comerciais e estabelecer vínculos de apoio mútuo. “Como se fosse uma espécie de maçonaria feminina”, conta a produtora de eventos Monica Balestieri Berlitz, criadora do grupo fechado que compartilha dicas de negócios e serviços no Facebook.

Apaixonada pela personagem Alice, da obra de Lewis Carroll (Alice no País das Maravilhas, de 1865), Monica tomou a iniciativa para ampliar o leque de abordagens dos grupos de que já participava e ir além das discussões sobre rotina doméstica e criação de filhos. “Toda mulher é um pouco Alice, curiosa e questionadora”, diz. A proposta era conquistar benefícios comerciais aos integrantes do clube, negociando descontos, além de promover a convivência e a troca de experiências.

Grupos de venda

Além do Clube da Alice, Curitiba tem outros exemplos de grupos fechados no Facebook que movimentam negócios, como o Clube do Luxo e o Meninas Informadas. Não faltam exemplos de redes de consumidores que usam a plataforma para fomentar vendas e divulgar suas marcas. No Rio de Janeiro, o Agenda Carioca reúne mais de 53 mil seguidores e promove produtos e serviços da zona sul do Rio.

Nos primeiros seis meses, pouco mais de 2 mil mulheres aderiram à proposta, convidadas pelas Alices integrantes e submetidas à aprovação das mediadoras. Das oito iniciais, quatro permaneceram na função: além de Mônica, a designer e empresária Thayza Melo, a fotógrafa Luciana Picanço e a artista plástica Georgete Zelawoski. Aos poucos, cada nova Alice integrada ampliou o circuito, agregando amigas e compartilhando informações sobre produtos, serviços, novidades e descobertas. O resultado foi uma explosão de Alices, que optam por girar a economia entre os próprios empreendimentos, em uma rede.

Em outubro, o clube completa um ano de atividade e fomento ao empreendedorismo feminino. Estabelecidas as regras de postagem, as moças distribuem e consomem os produtos e serviços umas das outras, além de promoverem ações filantrópicas e rodadas de negócio.

Novidades

A primeira feira, organizada em um restaurante, reuniu 140 expositores. Canecas com o tema do clube e bijuterias que ajudam a identificar as integrantes no dia a dia também foram produzidas. A próxima empreitada será a Agenda do Clube da Alice, que reunirá as atividades das associadas e deve ser lançada até o fim do mês, para marcar o primeiro aniversário.

A organização dos produtos e serviços das Alices também deve ganhar uma versão digital, em formato de aplicativo, para listagem dos empreendimentos e dicas. “Hoje ainda é difícil localizar uma postagem ou um determinado negócio que foi divulgado há mais tempo”, diz Thayza Melo, dona da Happy Things, empresa de design que está finalizando a agenda em papel.

O crescimento abrupto do clube tem exigido bastante das organizadoras, nenhuma delas com experiência em negócios digitais, sociabilização e engajamento, como o Clube da Alice sugere. “Estamos aprendendo juntas, formatando novos projetos. A ideia é manter o clima amigável e estimulante”, diz Monica.

Amigas e consumidoras

Simone Luvizotti Lopes está no Clube da Alice há dois meses. Indicada pela madrinha, aderiu ao grupo como um canal de vendas e exposição dos scrapbooks que produz e comercializa pela internet há cinco anos. A participação no clube rendeu mais do que clientes. “É um bom lugar para divulgar a marca, mas melhor ainda para fazer e cultivar amizades”, conta.

Adepta ao circuito de negócios que o clube proporciona, Simone é um exemplo do potencial econômico das Alices. Enquanto recebe clientes para novos negócios e entrega de encomendas, ajuda na divulgação do trabalho de outras empreendedoras, contratando serviços de massagem, compra de cosméticos e móveis. “Funciona como uma rede de colaboradores, com a vantagem de conhecer gente nova e fazer mais amizades”, diz. Com a chegada do Natal, a expectativa de Simone é movimentar ainda mais a loja virtual com as encomendas às Alices e suas indicações.

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