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Os irmãos Rafael e Bruno Narciso tiveram dificuldade no início para escolher o nome da sua empresa de tênis. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Os irmãos Rafael e Bruno Narciso tiveram dificuldade no início para escolher o nome da sua empresa de tênis.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Quando os irmãos Bruno e Rafael Narciso decidiram criar uma marca de tênis para praticantes de skateboarding, eles tiveram dificuldades para escolher o nome da empresa. A primeira ideia foi pensar em elementos que representassem a brasilidade, mas nenhum se adaptou à proposta do negócio.

Eles também queriam um nome que desvinculasse a ideia de que um tênis fabricado no Brasil é de baixa qualidade. Foram dois meses focados no processo de criação no nome da marca até chegar à conclusão que nenhuma palavra presente no dicionário refletia a proposta da empresa sediada em Curitiba.

PASSO A PASSO: Veja o que é preciso para registrar a sua marca

A solução foi chamar o negócio de Öus, uma combinação de três letras mais trema sem nenhum significado específico. “Percebemos que o nome de uma marca é o que ela significa para o consumidor, não o que está no dicionário”, diz Rafael Narciso.

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O processo de criação de uma marca é importante para os negócios que querem se destacar no mercado. O nome e o logotipo têm como função apresentar a empresa para o cliente e a escolha adequada pode trazer vantagens competitivas no longo prazo.

Posicionamento

A coordenadora acadêmica da pós-graduação da ESPM, Daniela Khauaja, explica que o primeiro passo é pensar nos atributos da empresa e como o empreendedor quer que o seu negócio seja reconhecido pelo mercado. Para isso, ele precisa ter clareza sobre qual é a proposta de valor do negócio, o que lhe diferencia dos concorrentes e quem são seus clientes. Também precisa definir a visão e missão da organização.

Respondidas essas perguntas, parte-se para escolha do nome e do logotipo. Segundo a professora, não existe certo ou errado, mas a recomendação é optar por nomes simples, curtos e fáceis de pronunciar e memorizar.

O nome também pode ter um significado para traduzir a essência da empresa. “Seja autêntico ao que você é. Se você é conservador, opte por um nome mais conservador”, afirma Daniela.

O empreendedor deve, ainda, evitar palavras com conotação negativa. Escolher o sobrenome do fundador na marca não é um problema, desde que a palavra seja de fácil compreensão. Já colocar a área de atuação junto ao nome da empresa pode limitar o crescimento do negócio.

A especialista em branding e sócia da Valente Branding, Lidianne Hupfer, lembra que mais importante que o próprio nome é o posicionamento da marca e como ela vai se comunicar com os clientes. “A fachada, a loja interna, a organização da loja, tudo tem que traduzir esse posicionamento que ela desenhou.”

Foi o que fez a Öus, que apostou na construção da imagem da marca junto ao seu público-alvo – praticantes de skateboarding e adeptos da cultura urbana – para dar sentido ao nome criado. “A marca se tornou tão forte que hoje as pessoas nem me perguntam mais o que significa”, diz Rafael Narciso.

Registro assegura direito ao uso da marca

Depois de definir o posicionamento da marca e criar um nome para seu negócio, o empreendedor precisa fazer o registro do logotipo no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). O processo é importante para proteger a identidade do seu negócio e para evitar problemas com a Justiça.

O registro pode ser feito pela internet e dá direito ao uso da marca por dez anos, período que pode ser prorrogado sucessivamente. Antes de solicitar o registro, o empreendedor deve ficar atento se a marca escolhida já existe ou se ela contém algum elemento proibido.

Histórico

A confeitaria curitibana Dois Corações, por exemplo, foi alvo de um processo por causa do seu nome. A lanchonete tinha registro de marca no Inpi desde 2001, mas, a pedido da fabricante de café Três Corações, que alegou ter sido imitada, o Inpi instaurou um processo administrativo de nulidade do registro.

A empresa paranaense teve de ir à Justiça pedir a suspensão do ato do Inpi. Ela ganhou em primeira e segunda instâncias e pode continuar usando sua marca. Agora, o processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Passo a passo

Confira um passo a passo para fazer o registro on-line de sua marca no Inpi:

1 Escolha a marca: pode ser formada por palavras, neologismos ou combinações de letras e números. É possível incluir desenho ou imagem.

2 Faça a busca: verifique se a marca já existe. Para isso, acesse o sistema de busca do Inpi (http://www.inpi.gov.br/pedidos-em-etapas/faca-busca).

3 Confeccione o logotipo: confeccione, em JPG, o logotipo da sua marca.

4 Cadastre-se: efetue seu cadastro no e-INPI (http://www.inpi.gov.br/pedidos-em-etapas/faca-busca/cadastro-no-e-inpi).

5 Emitir e pagar a GRU: emita e pague a taxa para solicitar o registro de marca. O pagamento deve ser feito antes de realizar o pedido. O valor varia entre R$ 355 e R$ 530, mas microempreendedor individual, microempresas e empresas de pequeno porte têm até 60% de desconto.

6 Faça o pedido: acesse o Sistema e-Marcas (https://marcas.inpi.gov.br/emarcas/), preencha o formulário, anexe os documentos solicitados e envie o pedido. Guarde o número do protocolo.

7 Acompanhe o pedido: a análise pode levar meses. Acompanhe o pedido, pois novos documentos podem ser solicitados.

8 Pague nova taxa: se o pedido for deferido, pague a taxa referente aos dez primeiros anos de concessão da marca. O valor custa entre R$ 745 e R$ 1.115 e os pequenos negócios têm até 60% de desconto.

9 Pronto! Registro em vigor: feito o último pagamento, a sua marca passa a ser registrada e você tem direito sobre ela por dez anos. Depois, é possível pedir prorrogação.

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