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Para Fernando Malucelli, o test drive foi crucial para decidir se tornar um franqueado: “Me encantei com o negócio”. | Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo
Para Fernando Malucelli, o test drive foi crucial para decidir se tornar um franqueado: “Me encantei com o negócio”.| Foto: Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo

Recentemente, o mercado de franquias começou a contar com mais uma medida que ajuda quem quer entrar nesse negócio. A prática de test drive de franquias está se tornando recorrente e trazendo resultados significativos para quem o adota. A ideia é simples: após uma pré-seleção, os candidatos a franqueados experimentam trabalhar numa loja da rede da franquia. O tempo de duração do programa é relativo, o suficiente para que o participante conheça todos os setores envolvidos no negócio. O objetivo do test drive serve tanto para o franqueado, que conhece as operações da loja antes de se tornar membro da rede, quanto para o franqueador, que pode analisar e selecionar com mais precisão o perfil dos seus parceiros.

Check list

O especialista do Sebrae dá dicas do que deve ser analisado durante o test drive, antes de tomar a decisão final.

Franqueados

Devem prestar atenção no ambiente de trabalho, como é a preparação da equipe e a comunicação com o franqueador. É importante perceber se existe suporte e monitoramento para o crescimento da rede.

Franqueador

Antes de tudo, o franqueador precisa definir qual é o perfil que ele espera de quem vai assumir uma loja. Com base nisso, deve buscar na sua rede os franqueados que podem servir de exemplo para os novos e oferecer as lojas deles para os treinamentos. Assim, a análise e o feedback estarão alinhados com o propósito da marca.

“O test drive de um negócio é igual ao do carro: você vê se ele te dá segurança, se é confortável, se é aquilo que você esperava. Se sim, você faz a negociação”, explica Fernando Malucelli, franqueado da Ortodontic Center. Ele tinha se desligado da antiga empresa em que trabalhava e estava procurando uma opção de investimento quando encontrou a franquia. Malucelli afirma que essa “degustação” mostrou o que ele teria pela frente caso assumisse uma loja. “Me encantei pela mecânica do negócio, consegui me enxergar fazendo aquilo”. A segurança na proposta da empresa o incentivou a inaugurar a franquia, em setembro de 2016.

Na Dídio Pizza, em São Paulo, os treinamentos são feitos nos finais de semana, durante os horários com mais movimento. O objetivo é ser claro sobre a rotina de quem vai assumir esse negócio, explica o dono da franquia, Elidio Biazini. “Se a pessoa achar ruim trabalhar até tarde num domingo, por exemplo, já vai pensar melhor”. Ele conta que os futuros franqueados participam de todas as operações da loja, desde o atendimento ao cliente, até a entrega do pedido. Essa experiência ajuda na hora da negociação entre franqueador e franqueado, quando ambos analisam o resultado do test drive.

Para Osmar Dalquano Júnior, coordenador dos programas de varejo do Sebrae no Paraná, além do test drive, é importante que a pessoa que planeja adquirir uma franquia converse com outros franqueados, para entender como é a rede e o relacionamento dela com a franqueadora. “A franquia tem uma série de procedimentos que devem ser cumpridos para manter o padrão. O test drive e as conversas, ajudam a pessoa a entender se ela tem o perfil adequado para aquele ramo”. Ele ressalta que essas medidas são feitas numa fase final de negociação, quando os candidatos já passaram por uma triagem com análise cadastral e entrevista.

Test drive também ajuda na escolha de franqueados

Dalquano Júnior explica que o test drive também é bom para os franqueadores, que conseguem selecionar com cuidado quem irá assumir uma nova loja. “A rede de franquias é um projeto coletivo. O franqueador quer alguém que entre para somar. Ele sabe se a pessoa tem o perfil necessário analisando o desempenho do candidato durante o test drive”.

Durante o treinamento da Ortodontic Center, os possíveis franqueadores são colocados para realizar todo tipo de tarefa. “Temos simulações de atendimento, fechamento de contrato. Às vezes a gente pede para alguém colocar um lixo, fazer procedimentos mais comuns. Queremos ver quem vai realmente vestir a camisa. Se precisar resolver um problema às duas da manhã, a pessoa tem que estar disposta”, explica o dono da franquia, Fernando Massi.

A estratégia trouxe bons resultados: 2016 foi o ano com a maior venda de contratos nos 14 anos da empresa. O número saltou de 80 para 300 fechamentos por mês. Agora, até mesmo quem já era franqueado, mas não tinha passado pelo test drive, está passando pela experiência. O objetivo é alinhar as práticas e fortalecer a marca, afirma Massi.

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