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Felipe Werka, sócio da curitibana Firelux, diz que vendeu em um único dia de marketplace o volume de um mês inteiro na loja virtual própria. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Felipe Werka, sócio da curitibana Firelux, diz que vendeu em um único dia de marketplace o volume de um mês inteiro na loja virtual própria.| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Para os pequenos negócios que querem começar a vender pela internet ou diversificar seus canais de vendas, a entrada em marketplaces – sites de e-commerce que reúnem produtos de diversas marcas e empresas – é um caminho para ganhar visibilidade e aumentar o faturamento.

Plataformas de empresas como Americanas, Ponto Frio e Walmart permitem que companhias de qualquer porte anunciem seus produtos em troca de uma comissão por venda realizada.

DICAS: O que fazer para ter melhor performance nos marketplaces

A empresa curitibana Firelux, que comercializa lâmpadas LED, começou a vender on-line no ano passado. “O mercado está cada vez mais difícil, com mais concorrentes e mudanças na legislação. Vender pela internet é uma forma de ampliar a receita”, explica Felipe Werka, sócio diretor da empresa fundada em 2013.

A loja virtual da Firelux foi inaugurada em dezembro do ano passado e, segundo Werka, tem realizado poucas vendas, pois a divulgação do canal é muito difícil. A solução foi recorrer aos marketplaces mais conhecidos no mercado, estratégia implantada em março deste ano. “Em um dia, vendemos o que tínhamos comercializado em um mês de e-commerce”, afirma. A expectativa é que a presença nas plataformas aumente o faturamento anual em até 50%.

A grande vantagem de operar em marketplaces tradicionais é ter o seu produto exposto para um número muito maior de clientes, já que os sites recebem milhões de visitas diariamente. Outro benefício é contar com uma plataforma que possui um sistema consolidado, menos suscetível a fraudes e quedas. As vendas, por exemplo, são fechadas no próprio site, que conta com soluções como Paypal e boleto bancário para efetuar as transações. As empresas mantêm ainda parcerias com transportadoras para facilitar o envio das encomendas.

Cuidados e exigências

Antes de decidir aderir aos marketplaces, o empreendedor precisa conhecer os requisitos e cuidados para operar nesses sistemas. Em geral, as empresas exigem uma série de documentos como certificados negativos de débitos e notas fiscais eletrônicas para aprovar o cadastro dos interessados.

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Também é cobrada uma taxa por cada transação efetuada. No grupo Cnova, que inclui Extra, Ponto Frio, Casas Bahia e Cdiscount, a comissão sobre a venda gira em torno de 12% a 16%, dependendo da categoria e da margem de lucro do varejista. No Mercado Livre, os valores são de 10% ou 16% para quem optar pelo pacote premium, que possui a vantagem de ter mais visibilidade nas buscas e exibição do anúncio por tempo ilimitado.

Os empresários precisam estar cientes ainda que, para vender em grandes marketplaces, é preciso competir pelo preço mais baixo. “Produtos que não são de nicho, que todo mundo vende, têm que ter preço competitivo”, explica Tiago Dalvi, fundador da Olist, startup que conecta empresas aos maiores marketplaces do país. Mais uma exigência é ter um estoque volumoso para atender aos pedidos nos prazos exigidos – atrasos na entrega podem levar ao bloqueio da conta na plataforma.

Mix de produtos

As grandes companhias têm apostado em marketplaces para oferecer um mix maior de produtos ao consumidores. A pioneira no Brasil foi o Cnova, grupo que reúne as marcas Extra, Ponto Frio, Casas Bahia e Cdiscount. Eles abriram o site do Extra para o formato misto – venda de produtos próprios e de lojistas parceiros – em 2013 e, dois anos depois, ampliaram a operação para as outras bandeiras. “Não conseguiríamos comprar, armazenar e distribuir tudo o que vendemos nos nossos sites”, afirma o diretor de marketplace da Cnova, José Nilson Ferreira. Na Cnova, os marketplaces correspondem a mais de 15% da receita do grupo e, atualmente, 80% dos varejistas parceiros são pequenos negócios que faturam entre R$ 40 mil e R$ 70 mil por mês.

Dicas para iniciantes

Para quem deseja vender nos marketplaces tradicionais, há algumas dicas que ajudam a ter uma melhor performance:

Escolha do canal

O primeiro passo é escolher a plataforma. Há marketplaces de nicho, como o Elo7 e Esty, que atuam só com artesanato, e os que vendem de tudo, muito conhecidos no mercado. Entre esses, o Mercado Livre possui pacotes premium e aberto e possibilita o anúncio de produtos por pessoas físicas ou jurídicas. Já no Cnvova (Extra, Ponto Frio, Casas Bahia e Cdiscount) e B2W (Americanas, Submarino e Shoptime) é preciso passar por uma aprovação do cadastro e pagar taxas por cada transação efetuada. Startups como a Olist oferecem o serviço de gerenciar todos os seus anúncios, com a contrapartida de comissão mais o custo da mensalidade.

Cadastro

A maioria dos marketplaces exige um cadastro dos interessados para garantir a reputação das bandeiras. Os empreendedores precisam entregar vários documentos que comprovem que sua empresa opera regularmente e que têm escala de distribuição nacional. Na Cnova, por exemplo, são exigidos CNPJ, inscrição estadual, nota fiscal eletrônica e certificado de que não há debito na Receita Federal.

Anúncios

Os anúncios precisam ser feitos com cuidado, para garantir que seu produto seja achado e atraia os consumidores. Bons títulos, descrições completas do produto e fotos com fundo branco ou ambientadas são importantes para garantir a visibilidade do anúncio. Mas, segundo o diretor de marketplace da Cnova, José Nilson Ferreira, os lojistas que oferecerem o melhor custo, ou seja, menor preço do produto e do frete, ganharão destaque nas buscas.

Estoque

Uma das exigências comuns das empresas é ter um estoque amplo. Os marketplaces são bem exigentes quanto à entrega dos produtos e não costumam tolerar atrasos, por isso ter um bom estoque é importante para garantir o envio no tempo acordado com o cliente.

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