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Ricardo Lie e Adriano Coelho, diretores da Ampla: reorganização interna para ganhar eficiência e enfrentar a crise. | Antônio More/Gazeta do Povo
Ricardo Lie e Adriano Coelho, diretores da Ampla: reorganização interna para ganhar eficiência e enfrentar a crise.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Maior fabricante de impressoras digitais de grandes formatos da América Latina, a paranaense Ampla espera recuperar neste ano parte do faturamento que perdeu em 2015. A expectativa se baseia em três fatores: o mercado externo, os Jogos Olímpicos e as eleições municipais.

Eleições e Olimpíada mexem com o mercado da comunicação visual e, portanto, tendem a elevar pontualmente a demanda pelas impressoras da Ampla e as tintas que levam sua marca. Mas a maior motivação vem das exportações, que se beneficiam da taxa de câmbio favorável e do amadurecimento de negociações iniciadas nos últimos anos.

“Conquistar um cliente lá fora é um trabalho longo, da primeira conversa até o fechamento do contrato. Uma máquina é quase como um casamento. O cliente pretende ficar muitos anos com ela, então quer estar seguro do que está fazendo”, compara o sócio-diretor Ricardo Lie.

A Ampla começou a fazer contatos no exterior em 2013 e despachou os primeiros embarques no ano seguinte. Hoje exporta para mais de uma dezena de países, a maioria na América Latina. Em 2015, o mercado internacional respondeu por 6% do faturamento, fatia que deve chegar a 10% neste ano.

Instalada em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, a Ampla é a caçula de um grupo que atuou em diferentes áreas da indústria gráfica a partir do fim dos anos 1970. Quando fundada, em 2004, ela marcou a virada definitiva do grupo, que de prestador de serviços de impressão passou a ser fornecedor de máquinas para os birôs que fazem esse tipo de trabalho.

Oferecendo uma alternativa nacional em um mercado dominado por importados, a empresa cresceu de forma acelerada em sua primeira década, mas não escapou dos efeitos da recessão. O faturamento, que atingiu o pico de R$ 67 milhões em 2014, caiu mais de 20% no ano passado, para R$ 52 milhões. Segundo Lie, a perspectiva para 2016 é de um crescimento próximo de 10%, que levaria as receitas para cerca de R$ 57 milhões.

Um novo produto deverá ter papel importante nesse crescimento. A Ampla lança nos próximos dias uma impressora mais compacta, sob medida para tempos de crise. Com estrutura simplificada e menor capacidade de produção, a nova máquina será pelo menos 30% mais barata que as convencionais. “O preço menor deixa o empresário mais propenso a investir, e tende a facilitar aprovação de financiamentos pelos bancos”, diz Lie.

GESTÃO COLEGIADA

Desde que o fundador Lie Tji Tjhun – filho de chineses, nascido na Indonésia e naturalizado brasileiro – deixou o comando da empresa e passou ao conselho de administração, em 2014, a Ampla passou a ser gerida por três diretores: Ricardo Lie, filho do fundador, que cuida de finanças, comércio exterior e recursos humanos; Adriano Coelho, responsável pelo desenvolvimento de produtos; e Sidnei Marques, que dirige a área comercial e de pós-venda.

Reorganização

Ao mesmo tempo em que desenvolvia a nova impressora, a Ampla trabalhou nos últimos anos em uma grande reorganização interna, que incluiu a implantação do sistema Lean Manufacturing, criado décadas atrás pela Toyota e conhecido no Brasil como “manufatura enxuta”. Como resultado desse processo e da própria queda de produção provocada pela crise, o quadro de pessoal encolheu em mais de um terço nos últimos 12 meses, de 280 para 180 funcionários.

“Na reorganização, melhoramos a gestão dos estoques, o fluxo de informações e processos, o que eliminou muitas funções redundantes. É duro demitir, mas o fato é que nos anos de crescimento acelerado a empresa foi ficando inchada, com muitas funções redundantes”, diz Lie. “A crise acaba aguçando a percepção para esses problemas.”

Painel do UFC foi impresso em máquina da Ampla

As máquinas produzidas pela Ampla têm uma largura de impressão de 3,2 metros. Seus diferentes modelos podem imprimir sobre superfícies como papelão, lonas, adesivos, tecidos sintéticos, chapas plásticas, chapas de MDF, couro, persianas e até chinelos. O painel gigante do UFC 198 instalado na Arena da Baixada (foto), por exemplo, foi impresso em uma máquina da Ampla.Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo
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