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Eurolaf , empresa paranaense faz transformação de veículos em ambulãncias e viaturas, investe R$ 32 milhões na construção de duas novas fábricas. Na foto, a unidade atual, em São José dos Pinhais. | Eurolaf/Divulgação
Eurolaf , empresa paranaense faz transformação de veículos em ambulãncias e viaturas, investe R$ 32 milhões na construção de duas novas fábricas. Na foto, a unidade atual, em São José dos Pinhais.| Foto: Eurolaf/Divulgação

Especializada na transformação de carros, a paranaense Eurolaf deve inaugurar duas novas fábricas ainda no primeiro semestre de 2017. O investimento chega a R$ 32 milhões. As unidades de Betim (Minas Gerais) e Sorocaba (São Paulo) somam-se à planta atual, de São José dos Pinhais. A previsão é ampliar a produção em duas vezes e meio, em relação ao ano passado. Viaturas policiais e ambulâncias estão entre os principais produtos da empresa.

A principal motivação para o investimento é logística, explica o diretor comercial e de marketing da Eurolaf, Humberto Breves. A necessidade de trazer os veículos para serem transformados na Grande Curitiba, para só então seguirem para o usuário final, encarecia os custos. Em especial na tratativa com montadoras da região de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste.

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“A localização é estratégica. Em São Paulo eu tenho a maior parte das fabricantes” de carro do país, enquanto Minas “é uma posição mais central, em que eu posso atender montadoras de outros locais ou mesmo as paulistas, quando o cliente final é o nordeste, por exemplo”, resume Breves. Outra vantagem da fábrica de Betim é a proximidade de montadoras como Iveco e Mitsubishi.

A fábrica em Minas Gerais deve estar pronta para entrar em operação até o fim de abril. Custou R$ 15 milhões e deve gerar 120 empregos diretos. A capacidade de produção é de 650 veículos ao mês, trabalhando em um turno médio. A unidade tem cinco mil metros quadrados de área construída 14 mil de pátio, suficiente para armazenar de 800 a mil carros.

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A unidade de Sorocaba é similar. Foram R$ 17 milhões investidos, o que deve representar 150 empregos diretos e uma capacidade de produção de 800 veículos ao mês. A área construída é de sete mil metros quadrados; e a do pátio, 12 mil.

A Eurolaf quer aproveitar a grande oferta de mão de obra qualificada na região. Isto porque um dos principais players do setor de transformação automotiva, a Rontan, está atualmente em processo de falência e recuperação judicial na 3.ª Vara Cível de Tatuí, a 60 km de Sorocaba. E muitos ex-funcionários da indústria vivem na região.

Hoje, a fábrica da Eurolaf em São José dos Pinhais conta com 150 funcionários. No ano passado, 2,5 mil veículos foram transformados. Para este ano, a previsão é chegar a 6,5 mil, já contando com a produção nas novas unidades. Desde que começou a operar, em 2007, a empresa já transformou 16 mil veículos.

Crise da segurança pode impulsionar setor

O setor público representa a maior parte do volume de vendas da Eurolaf. A cada 10 veículos transformados, em média oito são destinadas a agentes do Estado. Em sua grande maioria ambulâncias e viaturas, destinadas tanto para guardas como para polícias civis e militares.

Pela dinâmica do setor, a empresa paranaense não é tão atingida pela crise do varejo, no setor automobilístico. A recessão vividas pelos governos, por outro lado, atingiu a empresa em cheio. Entre 2014 e 2015, praticamente não houve aquisição de grandes volumes de viaturas, conta Humberto Breves. Foi ruim para os negócios, mas significa que há uma demanda contida.

Em média, a renovação da frota das viaturas deve ser feita a cada dois ou três anos, segundo Humberto Breves. A idade média de ônibus do transporte coletivo, por exemplo, é de cinco anos, em cidades como Curitiba e São Paulo. “É que uma viatura policial tem o chamado uso severo, roda sete dias por semana, 24 horas por dia, na mão de vários policiais. Há um desgaste”.

Portanto, se não houve troca nos últimos dois anos e há uma evidente necessidade de investimentos na segurança pública, no Brasil, a tendência é de novas aquisições para os próximos meses. O momento deve ser bom até o primeiro semestre de 2018, avalia o diretor da Eurolaf. Depois recomeça o período eleitoral, e retornam as incertezas.

Um exemplo é o governo do Paraná, que em dezembro adquiriu 1,1 mil novas viaturas, a um custo de R$ 111,3 milhões. Quatro dos sete lotes licitados foram vencidos pela Renault, hoje uma das principais parceiras da Eurolaf, já que ambas têm fábrica em São José dos Pinhais.

O sonho do “giroflex” próprio

Além das duas novas fábricas, no valor de R$ 32 milhões, a Eurolaf planeja para o primeiro semestre lançar a fabricação de seu empreendimento irmão. A Eurosignal, empresa de sinalizadores automotivos - os populares “giroflex” - deve começar a produzir ainda em abril. O empreendimento custou R$ 12 milhões.

A meta é produzir para as três unidades da Eurolaf, mas também para clientes externos. A fabricação será na unidade de Sorocaba. A produção deve ter início em abril.

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