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Com a atmosfera dos festivais de cerveja e das feiras de food trucks, rede curitibana cresce vendendo cerveja e hambúrguer a R$ 10. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Com a atmosfera dos festivais de cerveja e das feiras de food trucks, rede curitibana cresce vendendo cerveja e hambúrguer a R$ 10.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

Em pouco mais de um ano de existência, a rede curitibana Mr. Hoppy Beer & Burger já provou que vender chopes e hambúrgueres há um preço fixo de R$ 10 cada deu certo. Fundada apenas como uma kombi adaptada para vender cervejas, a rede já evoluiu e conta com quatro lojas físicas no Paraná e em Minas Gerais, todas faturando, em média, R$ 150 mil. Até o fim de 2017 o plano é somar dez unidades da rede, sendo duas delas em São Paulo.

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José Araújo Neto, sócio-proprietário da Mr. Hoppy, acredita que não é só o preço fixo a única explicação para o rápido sucesso. Para ele, evitar os erros que viu em festivais de cerveja e em feiras de food trucks foi essencial. “Eu percebi que três coisas afastavam o público dos food trucks: preço alto, demora na entrega do lanche e a falta de lugar para sentar. E a gente passou a abominar isso no Mr. Hoppy, a ideia desde o início foi entregar um lanche barato, rápido e em um ambiente confortável”, explica o sócio.

Esses mesmos festivais e feiras não inspiraram somente o que não fazer de errado na rede, mas também o que deveria ser repetido. O economista gostava da atmosfera desses lugares e percebeu que replicar isso nos bares poderia funcionar. Por isso as chopeiras foram montadas na própria mesa, as bebidas são servidas em copos de plástico e não se trabalha com garçons, o cliente faz o pedido direto no balcão. “Isso tudo, além de trazer aquela atmosfera dos grandes festivais de cerveja, também reduz o custo e permite que a gente entregue um produto mais barato”, reforça Araújo Neto.

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Outra aposta, segundo o proprietário, é não cobrar por alguns serviços como, por exemplo, a música ao vivo, um blues oferecido semanalmente pelo bar. Também não há o custo dos 10% do garçom e nem é preciso alguém recolhendo ou lavando os copos, já que esses são descartáveis.

Seguindo essa fórmula a rede vende cerca de dez mil hambúrgueres por semana nas quatro lojas, além de uma média de 50 mil copos de chope por mês. Nas unidades de Curitiba o movimento garante um faturamento de R$ 120 mil por unidade, já em Belo Horizonte esse número é maior, chegando a R$ 200 mil mensais.

Fortalecer a produção local

Outra tecla batida constantemente pela rede foi o fortalecimento da economia local. Todos os chopes oferecidos nas lojas físicas são produzidos por microcervejarias locais. Por isso, em Belo Horizonte, onde estão duas das unidades da Mr. Hoppy, os chopes artesanais são diferentes dos oferecidos em Curitiba.

Além de ajudar a diminuir os custos com a logística, o que também reduz o valor final do produto que é oferecido, o proprietário garante que trabalhar com produtores locais ajuda a fidelizar mais clientes. “Em alguns casos somos o único bar da cidade a apoiar um microcervejeiro vendendo aquele chope que ele produz e, consequentemente, eles acabam apoiando a gente levando muitos clientes até as nossas lojas”, conta o sócio.

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Os hambúrgueres, pães, batatas e cebolas oferecidos no cardápio também são produzidos por empresas curitibanas exclusivamente para a rede. Nesse caso, contudo, os alimentos são enviados para Minas Gerais e devem chegar também às lojas que serão abertas em São Paulo.

Expansão

O plano de expansão para 2017 está caminhando rápido: duas das seis novas lojas começam a operar até o fim de julho. Uma em Curitiba e outra em Belo Horizonte, cidades que ainda devem receber outras duas unidades até o fim deste ano. Em todos os casos, a opção foi por uma sede própria e não por franquias, modelo descartado no momento pelo empresário.

“São Paulo será o grande desafio este ano. Já está tudo preparado para que a operação seja viável e possa funcionar com serviços da mesma forma que nas outras cidades, mas ainda falta definir os lugares que as duas unidades serão inauguradas”, afirma Araújo Neto.

O sócio-proprietário também explica que essa expansão só tem sido possível pelo retorno rápido dado pelo empreendimento. “O nosso payback tem sido de 60 dias. Conseguimos montar um modelo que exige pouco investimento e se paga em poucos dias, porque tem uma operação barata e um produto que atrai muito público, que está acostumado a pagar R$ 30 em um hamburger e fica impressionado por pagar R$ 10”, finaliza.

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