Um jogo que acompanha a vida da pessoa com autismo, ensinando habilidades comportamentais, foi o projeto de startup vencedor na última edição do Startup Pirates, programa promovido pelo Sebrae em Curitiba e que teve sua premiação no último sábado (1º). O Blue Mind Game foi desenvolvido por uma equipe formada por uma jornalista, dois empresários, uma designer e um desenvolvedor, e foi premiado depois da apresentação diante de uma banca formada por jurados empreendedores e investidores do mercado, que avaliam se as ideias formatadas durante o programa são viáveis e com consistente proposta de valor. Entre os prêmios, uma vaga para outro programa do Sebrae, o Epifania, que durante quatro meses presta consultoria para 20 startups de alto impacto alavancarem o seu negócio.
Inscrição
Para se inscrever basta preencher o formulário no site www.curitiba.startuppirates.org respondendo o motivo de querer ser um pirata. A seleção é feita por meio da avaliação de perfil, já que a intenção do projeto é formar um grupo que traga multiplicidade para o programa e para as equipes. As inscrições para a próxima edição serão abertas no primeiro semestre de 2016. O custo do programa é R$ 400, com refeições inclusas em todos os dias.
Durante oito dias, aspirantes a empreendedores e empreendedores experientes selecionados têm acesso à oportunidade de aprenderem juntos a desenvolver uma ideia de negócio a partir do zero. O Startup Pirates é uma metodologia global, desenvolvida em Portugal e que ocorre em vários lugares do mundo, combinando workshops, sessões de mentoria e atividades de técnicas de comportamento do empreendedor, construção de times, finanças, marketing e estruturação do negócio.
Curso forma piratas para trabalhar com startups
Promovido pelo Sebrae no Paraná, programa de aceleração de empreendedores reúne interessados em startups em curso intensivo de uma semana.
+ VÍDEOSQuem pretende um dia empreender ou já empreende, deveria buscar o programa, segundo a consultora e coordenadora regional de Startups do Sebrae-PR, Marielle Rieping. ”Ele muda a visão, complementa o networking e possibilita conhecer ferramentas que outros treinamentos não oferecem. Mas o diferencial disso tudo está na imersão e nas pessoas. Fazemos tudo, com muito carinho para que o programa seja inesquecível para cada participante.
Segundo o “capitão” Luiz César Cardoso Lopes, um dos mentores do grupo, a ideia dos piratas segue a ideia lançada por Steve Jobs, de que é melhor ser pirata que alistar-se na marinha. “O Pirates é uma oportunidade para mudar seu modelo mental, forma de ver o mundo que hoje podemos fazer soluções globais. O mundo é plano, em poucos anos o Brasil pode competir de igual para igual com as grandes potências. O Pirates é revolucionário na forma de pensar sua vida”, diz o empresário da MF Corporation.
Contribuição coletiva
Para colocar no ar o game que treina em habilidades sociais as pessoas com autismo, a equipe vencedora do Startup Pirates, Blue Mind, lançou uma campanha de crowdfunding e precisa arrecadar R$ 10 mil nos próximos três meses. Para colaborar é só acessar o site do projeto.
Participantes saem transformados depois de semana de imersão
Segundo a jornalista da Gazeta do Povo Adriana Czelusniak, uma das idealizadores do projeto premiado, ter participado do Startup Pirates é um marco na carreira de qualquer profissional. “É um programa que realmente impulsiona as pessoas a pensarem em como resolver os problemas do mundo e que oferece recursos, de orientações e dinâmicas para o trabalho em grupo, à mentoria especializada aplicada para sua ideia de negócio. Lá aprendemos que trabalhar em equipe é peça fundamental para a criação de um modelo de startup de sucesso”, diz ela, que decidiu desenvolver um negócio depois de ter observado a demanda por um produto de qualidade para formação e entretenimento de pessoas com autismo.
Outras participantes da equipe vencedora do prêmio pela criação da Blue Mind, a empresária da Evento Azul Giselly Ponciano, diz que o programa superou suas expectativas. “Surpreendeu pela organização, pelo conteúdo de qualidade e pela infraestrutura e networking que o Sebrae proporciona. Recomendo a todos que puderem participar, pois vale muito a pena, mudou a minha forma de pensar de maneira muito positiva.” Já a empresária Gisele Rossa comenta que foi um processo intenso de desenvolvimento. “Promoveu o reconhecimento de minhas habilidades e limitações além de ter trazido como lição a capacidade de pensar no coletivo e promover mudanças.”
O arquiteto Leopoldo Guimarães, integrante do grupo que apresentou o projeto de startup Profissional +, uma ponte entre pessoas que buscam colocações no mercado e empresas, comentou sobre o programa intensivo, que levava as equipes a trabalhar mais de 12 horas por dia. “Quem disse que crescer não dói? Chegamos achando que era um programa de 96 horas, mas foi de 150. Foi visceral participar, imersão em conhecimento e provação. Foi para vermos até onde podíamos ir e agora quero desenvolver várias das ideias que tivemos lá dentro”, conta o empresário da Mora Constrói.
Outra ideia de startup que surgiu durante o Pirates é o Personal Online, um aplicativo para facilitar contatos e agendamento de aulas entre personal trainers e alunos.
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