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A Nvidia afirma que o Shield começará a ser vendido em maio e que o sistema na nuvem já está disponível para quem joga em PC momentaneamente de graça | /Divulgação
A Nvidia afirma que o Shield começará a ser vendido em maio e que o sistema na nuvem já está disponível para quem joga em PC momentaneamente de graça| Foto: /Divulgação

Se o volume dos gritos servir de indicação para o novo console Shield da Nvidia, a era de domínio da Sony e da Microsoft está em risco. O público que participou de um evento em San Francisco na noite de terça-feira (3) era de cerca de 2 mil desenvolvedores de games e softwares, que também serão os primeiros a fazer as críticas mais duras.

O maior desafio da Nvidia não é tentar entrar em uma disputa de dois grandes jogadores, ou o fato de ter pouca experiência em fazer produtos eletrônicos para o consumidor médio. Talvez, o maior obstáculo seja vender aos amantes dos games uma tecnologia inteiramente nova e não testada. Em vez de ter os jogos em disco ou em downloads guardados permanentemente no disco rígido de seu console, os donos do Shield vão pagar uma taxa de assinatura para ter acesso ao conteúdo via streaming na internet. Soa familiar? Sim. “Queremos ser a Netflix dos jogos”, afirma o diretor-presidente da Nvidia, Jen-Hsun Huang.

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Jogos em nuvem já foram testados antes. Uma startup de San Francisco chamada OnLive apresentou um software de computador para streaming de games há seis anos na Game Developers Conference, o mesmo evento anual em que a Nvidia mostrou seu novo console esta semana. O OnLive acabou criando um hardware próprio, que acabou sendo ignorado pelos jogadores. A empresa demitiu todo o seu pessoal em 2012 e foi vendida a uma empresa de investimento em capital de risco.

Agora, no entanto, o momento pode ser finalmente adequado. Há mais servidores e mais poderosos, e a velocidade da internet cresce no mundo todo. Mais de 70% dos americanos têm conexão de banda larga, de acordo com estudo do Pew Research Center.

As pessoas estão se acostumando a fazer streaming de programas em alta definição em Netflix, Hulu, Amazon e YouTube — mas sempre em seus consoles de videogame de US$ 400. A conveniência do acesso imediato ao vídeo online ganhou muitos fãs. Enquanto isso, os aparelhos de Blu-ray estão acumulando poeira.

Concorrência

Se o streaming pegar entre os amantes dos games, isso pode ser uma má notícia para os novos fabricantes de consoles. Enquanto a Sony oferece um serviço de streaming próprio, o PlayStation Now, o usuário precisa de um console PlayStation ou de uma televisão nova para acessá-lo. A Microsoft ainda não apresentou uma opção de streaming para seu Xbox. E ambas as empresas se recusaram a comentar o Shiled da Nvidia.

O PlayStation 4 e o Xbox One também estão sentido a pressão de um dos principais desenvolvedores de game. A Valve, fabricante dos games Half-Life e Dota, está preparando um novo sistema operacional e um hardware desenvolvidos para serem ligados diretamente a uma TV. A empresa é conhecida pelo software Steam, usado por milhões de pessoas para comprar e baixar games.

O Steam Link, um novo aparelho apresentado na terça-feira, permite que os usuários façam streaming de um game baixado em seu computador pessoal em um outro cômodo, parecido com um serviço que a Microsoft anunciou para o Xbox One na quarta-feira.

Experiência de jogo

A Nvidia afirma ter resolvido a barreira crucial para entrar no mundo dos games via streaming pela internet: a latência. Tecnicamente, isso é o tempo até que o aperto de um botão registre uma ação correspondente na tela, e isso é tudo no mundo dos amantes de videogame. De maneira simples, tudo que é percebido não é aceitável. O público de Call of Duty e Halo, da Nvidia, vão dar as costas ao Shield se ele não oferecer a mesma resposta em termos de agilidade que é dada pelo Xbox e pelo PlayStation.

O que a Nvidia oferece vai muito além da caixa de alumínio e do controle do Shield por US$ 199. Está literalmente muito longe disso. Seu sistema se baseia em várias estantes cheias dos poderosos chips gráficos Nvidia GeForce em centros de dados espelhados em todo o mundo e operados pela Amazon. Os servidores abrigam os jogos e respondem em “cerca de 150 milissegundos”, afirma Huang. Isso é metade do tempo que o olho humano leva para piscar.

E pelo fato de a mágica ser feita na nuvem em vez de dentro de um hardware, a Nvidia e a Amazon podem melhorar os servidores e aprimorar a forma como os games são apresentados em casa sem a necessidade de o cliente comprar um novo console.

A Nvidia afirma que o Shield começará a ser vendido em maio e que o sistema na nuvem já está disponível para quem joga em PC momentaneamente de graça. A empresa, no entanto, se negou a informar o preço da assinatura. Haverá cerca de 50 games disponíveis no lançamento, entre eles Batman: Arkham Origins e Grid 2.

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