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Consumo excessivo de energia pelo sistema elétrico do carro inviabilizou mais cedo a primeira bateria e também atrapalhou a equipe | Shell International
Consumo excessivo de energia pelo sistema elétrico do carro inviabilizou mais cedo a primeira bateria e também atrapalhou a equipe| Foto: Shell International

Uma restrição da companhia aérea ao embarque de uma bateria reserva comprometeu a participação da equipe Pato a Jato, composta por estudantes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), na competição Shell Eco-marathon Americas, em Detroit, nos Estados Unidos. O evento – que ocorreu entre os dias 22 e 24 de abril – premia projetos de protótipos veiculares com alta eficiência energética.

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Membros da Pato a Jato durante a competição, em Detroit: bateria reserva que ficou no Brasil fez falta à equipe.Divulgação

Ainda no Brasil, a bateria reserva do veículo movido a etanol foi impedida de ser despachada como bagagem por, segundo a companhia aérea, apresentar agentes corrosivos. “O estranho é que a primeira passou”, comenta Bruno Bellini Medeiros, professor de metalurgia na UTFPR e um dos coordenadores do time. Segundo ele, existiam restrições claras apenas para o transporte de estruturas de lítio. “A nossa era de gel”, explica.

A falta da segunda bateria, associada a um desequilíbrio do sistema elétrico do carro, permitiu à equipe apenas a conclusão da volta teste, que não foi validada pela competição. “Fizemos o percurso em 25 minutos e o tempo máximo permitido era de 24. Na segunda tentativa, a bateria já arriou. Por alguma razão técnica, tivemos um consumo energético pelo sistema acima do normal, mas, com o motor já aquecido e a segunda bateria à mão, teríamos ganhado tempo e conseguido”, diz o professor.

Mais planejamento

Time vencedor

Na categoria ‘Combustível Alternativo’, a equipe vencedora da disputa este ano foi a Tatonkatoo, da Universidade do Colorado. A marca de 1.214 quilômetros foi atingida com um litro de etanol.

No total, mil estudantes integraram 124 equipes que representaram Brasil, Canadá, Equador, Guatemala, México, Porto Rico e Estados Unidos. Os times também concorreram nas categorias Bateria, Gasolina, Diesel, Hidrogênio e CNG (Gás Natural Comprimido).

Mais informações podem ser conferidas no site da competição.

Apesar da disposição das equipes concorrentes em ajudar e do empréstimo de duas baterias por um time norte-americano, o tempo para participar da volta definitiva foi curto. “A frustração foi grande, mas, daqui em diante, os esforços devem estar na conquista da melhoria contínua do veículo. A parte mais complexa está pronta. Agora, vamos realizar novos testes e nos planejar melhor para as próximas competições. Desta experiência, fica a lição de que, com força de vontade chegamos a qualquer lugar, mas, se quisermos estar entre os melhores, é preciso mais planejamento para evitar contratempos como os que aconteceram”, indica Bruno. Entre as estratégias adotadas pela equipe está, por exemplo, a busca por mais incentivos governamentais que facilitem o transporte do protótipo.

Este ano, pela segunda vez consecutiva, a Pato a Jato participou da Shell Eco-marathon Americas na categoria ‘Combustível Alternativo’, com o Popygua movido a etanol. A versão 2.0 passou por inovações, como a estrutura construída com fibra de carbono. O peso do veículo – de 37 quilos – também diminuiu 13 quilos em relação ao modelo da competição passada. A meta de percorrer 400 quilômetros com apenas um litro de combustível, no entanto, ainda não pôde ser confirmada com exatidão pelo time. Isso deve ser feito nos próximos testes realizados no campus da universidade.

Em novembro, uma edição do evento pode ser organizada no Brasil. A intenção da novidade é facilitar a participação dos países da América do Sul na competição. A viabilidade da proposta ainda está sendo avaliada pelos organizadores. A decisão deve ser anunciada em breve.

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