Cerca de vinte países do Caribe e da América Central participaram na quarta-feira (04), em Washington, de uma cúpula sobre energias renováveis, em uma tentativa da região de cortar sua dependência do petróleo e de seu principal fornecedor, a Venezuela.
Os líderes receberam um relatório encomendado no ano passado pelo presidente Barack Obama e elaborado por um grupo de trabalho dos países para impulsionar iniciativas de eficiência e competitividade dos setores energéticos com um enfoque regional.
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Segundo o relatório, os países caribenhos precisam de entre US$ 20 e US$ 30 milhões para alcançar a meta de 47% de geração de energia renovável para 2027.
Em uma escala menor, os Estados Unidos destinarão neste ano US$ 10 milhões através de sua agência de desenvolvimento USAID para financiar pequenos empreendedores em projetos de energias renováveis no Caribe. Os Estados Unidos destinarão outros US$ 5 milhões para a integração da rede elétrica na América Central.
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O grupo de trabalho também concluiu que além dos Estados Unidos os países buscarão cooperação com União Europeia, BID e Banco Mundial para o desenvolvimento de energias sustentáveis no Caribe.
Na América Central, os especialistas enumeraram passos para fortalecer a transmissão elétrica na região, e no longo prazo, estudar com o apoio do BID as oportunidades de expandir a conexão com o México.
Um dos desafios para esses pequenos países é o financiamento. Os 15 países da Comunidade do Caribe (Caricom) lançarão durante a cúpula uma nova plataforma regional (C-SERMS) para coordenar investimentos a projetos de energia limpa.
Igualmente, a organização de ajuda exterior dos Estados Unidos USAID receberá pedidos de financiamento de projetos, anunciou na terça-feira (03) o secretário de Estado, John Kerry.
Incerteza
A cúpula acontece em um momento em que muitos países da região, historicamente vulneráveis às instabilidades do mercado petroleiro global, aproveitam a dramática queda dos preços.
“Apesar de os custos da energia ao redor do mundo terem caído significativamente, para o Caribe e para a América Central ainda continuam sendo relativamente muito altos”, disse Juan González, subsecretário de Estado adjunto para a região.
A incerteza cresce em torno da Venezuela, grande fornecedora de petróleo da região e imersa em um profunda crise econômica e política, e se expande ao programa venezuelano de abastecimento energético Petrocaribe.
“A queda livre da Venezuela leva a uma preocupação sobre o Caribe e a América Central”, afirmou o Atlantic Council, um centro de análise de Washington.
Cerca de 17 países do Caribe e da América Central dependem do Petrocaribe, um programa da estatal venezuelana PDVSA, que oferece condições preferenciais de pagamento pelo fornecimento de petróleo, como juros baixos e possibilidade de troca por produtos agrícolas.
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