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Boom populacional

A projeção é de que a região metropolitana será a que mais vai crescer em todo o estado, 17,5% até 2020, com 3,7 milhões de pessoas. Alguns municípios já enfrentam esse problema, como é do caso de Fazenda Rio Grande, com 81 mil habitantes, que vem assistindo sua população crescer 3% ao ano – contra uma média de 0,89% do estado - e convive hoje com uma forte pressão de demanda por emprego e crescimento da violência, afirma Julio Suzuki, diretor de pesquisa do Ipardes.

"O desafio para os próximos anos é o investimento cruzar novas fronteiras no estado como uma forma de gerar renda e desenvolvimento", diz.

A região de Curitiba e do Litoral é a que concentra mais riqueza no estado – 46% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná é gerado nessas cidades – , mas é também a que exibe os maiores contrastes econômicos. Enquanto a capital, São José dos Pinhais e Araucária lideram o ranking do PIB do estado, municípios vizinhos como Piraquara, Almirante Tamandaré e Fazenda Rio Grande ainda sofrem com baixo nível de desenvolvimento econômico, alto crescimento populacional e pressões sociais.

Se a região de Curitiba é fortemente industrializada, no Litoral é a atividade portuária que faz os negócios acontecerem e no Vale do Ribeira - onde predominam um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado - os municípios têm boa parte de sua economia baseada na agricultura, muitas vezes pouco estruturada.

"A região de Curitiba e do Litoral é caracterizada por economias distintas e heterogêneas, mas que têm potencial para uma maior diversificação e desconcentração industrial nos próximos anos. Além de novos projetos industriais na RMC, os investimentos relacionados ao pré-sal devem alavancar projetos no Litoral nas próximas décadas", prevê Julio Suzuki, diretor de pesquisa do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).

A forte industrialização é justamente o eixo que une os municípios mais ricos, localizados na RMC. E o exemplo mais evidente é o de São José dos Pinhais, que viveu um forte processo de industrialização desde o fim da década de 1990 e passou de uma cidade dependente de Curitiba para a terceira maior do estado.

O PIB da cidade, de 269 mil habitantes, cresceu 155% entre 2002 e 2009, para R$ 11,5 bilhões. "São José dos Pinhais passou a ter vida própria nos últimos anos, graças à atração de indústrias, que alavancaram também os segmentos do comércio e dos serviços", afirma o prefeito de São José dos Pinhais, Ivan Rodrigues. A atração de indústrias – a cidade tem 1,4 mil – se refletiu em geração de caixa para o município. A receita líquida de São José dos Pinhais passou de R$ 240 milhões, em 2006, para R$ 550 milhões em 2011.

Araucária viu sua economia crescer 158% entre 2002 e 2009, para R$ 11,9 bilhões, principalmente pelo crescimento do polo petroquímico da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) da Petrobras. Com apenas 119 mil habitantes, a cidade tem hoje o maior PIB per capita do estado (R$ 101,4 mil).

No outro extremo, Piraquara, com um tamanho equivalente – cerca de 100 mil habitantes -, tem o segundo pior PIB per capita do estado, com uma renda por habitante de R$ 5.489. Com pouco potencial para atrair indústrias, devido às restrições de ordem ambiental, o município depende basicamente de repasses. Das receitas da cidade – de R$ 75 milhões – 70% vêm dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do ICMS.

Segundo o prefeito da cidade e presidente da Associação dos Municípios do Paraná, Gabriel Samaha, Piraquara, Fazenda Rio Grande e Almirante Tamandaré possuem hoje uma das menores receitas municipais per capita – entre R$ 750 e R$ 850 - bem abaixo da média do estado (R$ 1,2 mil).

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