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Luiz de Carvalho foi secretário municipal de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014 | Jonas Oliveira/

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Luiz de Carvalho foi secretário municipal de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014| Foto: Jonas Oliveira/ SECS/Divulgação

Luiz de Carvalho, ex-secretário municipal de Curitiba para a Copa do Mundo de 2014, foi preso em Curitiba, nesta quinta-feira (11), em uma ação da Polícia Federal para combater lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Ele é suspeito de atuar como doleiro. A Operação Victoria deteve mais dez pessoas, entre elas o ex-vice-presidente do Banco Brasil Allan Simões Toledo. O grupo é suspeito de desviar cerca de R$ 3 bilhões nos últimos três anos.

Ex-vice do BB é preso em operação da PF que apura lavagem de R$ 3 bilhões

Quadrilha fazia importações fictícias de produtos superfaturados para retirar recursos do país

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Carvalho ficou no cargo, também conhecido como “gestor da Copa”, entre 2007, quando a prefeitura era dirigida por Beto Richa (PSDB), hoje governador; e 2012, ao fim da gestão de Luciano Ducci (PSB). Gustavo Fruet (PDT) tomou posse no ano seguinte e escolheu Reginaldo Cordeiro para o cargo - ele seguiu na função até o fim do Mundial. Carvalho já ocupou outros cargos na administração pública, como presidente do Instituto Municipal de Turismo de Curitiba.

Conta da petroleira da Venezuela era usada para evasão de dinheiro

A Polícia Federal informou nesta quinta-feira, 11, que pertence à estatal petrolífera venezuelana, a PDVSA (Petróleos de Venezuela), uma das contas operadas pela organização criminosa alvo da Operação Porto Victoria para evasão de divisas daquele País. As transações eram realizadas por meio de operações de comércio exterior fictícias fechadas em Sã

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A reportagem tentou contato com ele, mas não conseguiu.

A PF também cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do ex-secretário. O material apreendido e o próprio Carvalho seriam transferidos para São Paulo, onde a operação se concentrou, realizada por cerca de 130 policiais federais.

Os agentes cumpriram 11 mandados de prisão, dois mandados de condução coercitiva e 30 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Araras, Indaiatuba, Santa Bárbara do Oeste, todas no interior paulista,além de Curitiba e Resende (RJ).

Os investigados responderão pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e organização criminosa.

Investigações

Segundo a PF, várias contas que eram utilizadas pelo grupo para a remessa de dinheiro ao exterior, principalmente a Hong Kong, foram bloqueadas.

A investigação no Brasil foi iniciada ainda em 2014, depois que as autoridades dos Estados Unidos transações suspeitas do grupo e que no esquema havia “uma célula” no Brasil, que tinha um doleiro entre os seus operadores. Nos últimos nove meses, a PF constatou que esse doleiro utilizava um sistema formal de contratos de câmbio para exportação e importação. A maior parte das operações era fictícia e, para funcionar, o esquema contava com a ajuda de funcionários cooptados pela quadrilha em bancos e corretoras.

De acordo com o delegado da PF Alberto Ferreira Neto, que coordena a operação, a ação foi deflagrada porque o doleiro, que tem cidadania estrangeira, estava com uma passagem comprada e embarcaria nesta quinta-feira ao exterior. Ele é um dos 11 que estão presos.

A PF informou ter identificado vários clientes venezuelanos, que utilizavam o esquema para retirar dinheiro do país por conta da crise política e econômica que atinge o país vizinho. A próxima fase da operação, segundo a PF, buscará identificar mais pessoas que usaram a organização criminosa para enviar e receber dinheiro em contas no exterior. Vai também analisar as provas apreendidas hoje.

A PF identificou cinco corretoras e uma instituição financeira entre os envolvidos no esquema. O grupo atuava em países como Reino Unido, Venezuela, Estados Unidos, Brasil e Hong Kong. O grupo especializou-se na retirada ilegal de divisas da Venezuela, por meio de importações fictícias usadas para acobertar as movimentações financeiras. Os artigos eram superfaturados em até 5.000%. Depois, empréstimos e importações simuladas justificavam o envio do dinheiro para Hong Kong, que era encaminhado para outras contas ao redor do mundo.

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