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Greve na fábrica da Volvo em Curitiba já dura 12 dias: montadora propõe lay-off de sete meses e PDV para parte dos funcionários. | Rodolfo Buhrer/Reuters
Greve na fábrica da Volvo em Curitiba já dura 12 dias: montadora propõe lay-off de sete meses e PDV para parte dos funcionários.| Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

A produção de veículos em maio certamente será menor do que em abril, mas, juntamente com a estabilidade esperada nas vendas, ajudará a diminuir o nível de estoques nos pátios das montadoras e concessionárias, previu nesta segunda-feira (25), o primeiro vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale. Os dados oficiais serão divulgados no dia 8 de junho.

Em palestra durante workshop sobre tendências para o setor de automóveis e comerciais leves na capital paulista, o executivo não adiantou números, mas a previsão de uma produção menor em maio ante abril é calcada no maior número de medidas de corte de produção adotadas neste mês pelas montadoras, como férias coletivas e lay-offs (suspensão temporária dos contratos).

Megale previu também que as vendas de veículos em maio deverão apresentar “mais ou menos o mesmo nível do mês anterior”. Em abril, foram emplacados 293,2 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em todo país. Na primeira quinzena de maio, as vendas acumulavam queda de 1,7% ante a primeira metade de abril e recuo de 22,9% frente a um ano atrás, ao totalizarem 102,2 mil unidades.

Em abril, o estoque total de veículos nas fábricas e concessionárias era de 367,2 mil unidades, o equivalente a 50 dias de vendas. De acordo com dados da Anfavea, a maior parte estava concentrada nas concessionárias, onde havia 235,8 mil veículos (32 dias de vendas), enquanto nas fábricas o estoque era de 131,4 mil veículos (18 dias). O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.

Preocupação

Megale avaliou ainda que a crise pela qual passa a indústria automotiva brasileira é um momento de atenção e preocupação, mas não de desespero. Ele ponderou que as crises no setor são “cíclicas” e apostou na recuperação da confiança de investidores e consumidores, após a aprovação do ajuste fiscal em andamento, como o principal caminho para a retomada das vendas.

“Temos de ficar atentos, mas não desesperados”, afirmou Megale a uma plateia de empresários e executivos do setor.

O primeiro vice-presidente da Anfavea ponderou que, apesar da queda de 19,2% nas vendas de veículos novos no acumulado do primeiro quadrimestre em relação a igual período do ano passado, a situação do Brasil ainda é melhor do que a de outros países em épocas de crise. Ele citou o exemplo dos Estados Unidos, cujos emplacamentos de veículos novos caíram 36% entre 2007 e 2009, período do ápice da crise financeira mundial.

Para 2015, a Anfavea projeta queda de 13,2% nas vendas de veículos e de 10% na produção ante 2014.

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