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| Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Quando se fala em investimentos, o Tesouro Direto é quase uma unanimidade entre os consultores financeiros ao se tratar de segurança e rentabilidade. Mas, mesmo sendo a opção mais recomendada pelos planejadores financeiros, a opção continua atrás de outras aplicações, tanto em volume quanto em pessoas cadastradas.

Em dezembro de 2016, o número de investidores ativos do programa do governo federal para a venda de títulos da dívida pública foi de 401.799, o que representou um crescimento de 71,8% em 12 meses. Embora a alta seja expressiva, o total ficou atrás do registrado pela Bolsa de Valores, que apesar de oferecer um ambiente complexo e com mais riscos de perdas, fechou 2016 com 564.024 investidores ativos, segundo a Bovespa.

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Ao se considerar o estoque e o volume de investimentos, o Tesouro perde para concorrentes da mesma categoria e com retornos menores, como a poupança. No ano passado, a caderneta registrou um estoque de R$ 662,7 bilhões – o menor desde 1995 –, enquanto o Tesouro ficou com R$ 41,1 bilhões até o fim de dezembro. A marca recorde representou uma elevação de 60,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas ainda está longe de alcançar os números do investimento mais popular do país.

Inovações

Desde o seu lançamento, em janeiro de 2002, o programa do governo federal apresentou inovações para atrair novos investidores. Em dezembro deste ano, o horário para a compra e venda dos papéis foi estendido das 9h às 5h do dia seguinte. Antes, as operações estavam restritas das 18h às 5h.

Além desta, outra inovação foi a criação de um aplicativo oficial do Tesouro Direto, que permite a realização das operações por meio do celular.

Mesmo com as novidades, para o sócio-fundador do Grupo L&S, Alexandre Wolwacz, a falta de educação financeira da população afeta a adesão ao programa. “O ideal seria que o Tesouro tentasse falar em uma língua mais acessível para as pessoas, mostrando como funciona e como é fácil aplicar nele. Quanto mais fácil, maior será a quantidade de investidores”, considera ele.

Alguns passos já foram dados neste sentido. No ano passado, o programa mudou as expressões “compra” e “venda” por “investir” e “resgatar”, que são mais próximas das usadas pelos investidores, e passou a oferecer um curso para os aplicadores que tiverem interesse na modalidade.

Mas, em comparação com a caderneta, por exemplo, o Tesouro ainda oferece um ambiente mais burocrático. Para ter acesso aos ativos é necessário ter uma conta em uma corretora de valores – que pode ser independente ou do próprio banco – e aguardar de um a dois dias para a aplicação ou o saque.

Wolwacz afirma ainda que as oscilações dos títulos, que são determinadas pela variação dos juros, da inflação e do prazo para o resgate, impactam na decisão dos investidores. “Quando há uma situação que aumenta a complexidade do investimento, mais difícil tende a ser a sua penetração. A poupança tem como grande atrativo a sua simplicidade, enquanto os títulos públicos passam por oscilações que causam uma certa preocupação nas pessoas”, finaliza.

Por que o Tesouro oferece ganhos acima da poupança?

A razão para o Tesouro Direto oferecer ganhos maiores que a poupança está no fato de os títulos seguirem a variação da taxa básica de juros, a Selic. Enquanto a caderneta possui retornos entre 6,5% e 8% ao ano -- quando os juros estão acima de 8,5% ao ano --, o Tesouro Selic, opção mais conservadora do programa, segue a variação da taxa básica.

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