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O Deutsche Bank realizou na última semana a maior emissão de Recibos de Depósitos Brasileiros (BDRs) em um dia. A oferta de ativos – que nada mais são do que ações de empresas internacionais negociadas na Bovespa – somou 19 papeis. Entre as marcas estiveram nomes de peso, como Macy’s, GAP e Delta Air Lines.

A oferta incrementou em 104 o número total de recebíveis negociados na Bolsa, que registraram estoque de R$ 1,8 bilhão até o fim de fevereiro.

Uma das formas disponíveis de investir em grandes empresas do exterior, como Apple, Google e Amazon, os BDRs oferecem aos brasileiros a possibilidade de diversificar a carteira de renda variável, o que garante menos exposição aos altos e baixos da economia local sem precisar expatriar recursos.

A forma mais comum de adquirir os ativos é por meio da compra dos chamados recibos não patrocinados de Nível 1. A modalidade é emitida por instituições financeiras como Bradesco, Citi, Itaú e o próprio Deutsche Bank, e pode ser adquirida apenas por investidores qualificados – com aplicações de pelo menos R$ 1 milhão – ou por investidores institucionais.

As carteiras podem ser acessadas por meio de fundos oferecidos pelos bancos ou pelas corretoras independentes.

Outras opções

Embora em alta, os BDRs não são a única forma de investir em ações norte-americanas no Brasil. Os aplicadores que querem diversificar a carteira podem ainda comprar cotas em fundos de ações; em fundos multimercado, que podem oferecer até 20% dos ativos em ações estrangeiras; e em ETFs, que são fundos que replicam índices de mercados amplos ou determinados segmentos.

“No caso dos BDRs não patrocinados, os bancos compram as ações lá fora e emitem os recibos no Brasil por carteiras próprias. Já nos níveis dois e três, são as empresas que emitem as ações por conta própria, com negociação feita pela Bovespa”, explica o professor do UniCuritiba Marcelo de Albuquerque Barros.

O primeiro tipo de BDR é comumente vendido em pacotes com 100 ações, o que muitas vezes eleva o preço inicial das carteiras, negociadas em reais. O sócio da Toro Investimentos, André Chede, aponta que os recibos da Berkshire Hathaway, empresa do megainvestidor Warren Buffett, por exemplo, custam a partir de R$ 50 mil. Já o fundo de ações Itaú BDR Nível 1 FICFI tem uma aplicação inicial de R$ 300 mil.

Performance

Antes de adquirir o produto, o aplicador deve estar atento aos efeitos que o mercado internacional e a variação do dólar têm sobre a carteira. “O investidor muitas vezes não tem um contato tão próximo com essas empresas. O acesso às informações é mais difícil, o que dificulta o acompanhamento dos ativos, exigindo cuidado redobrado”, reforça Chede.

-15,37%

Foi a queda registrada pelas ações da Apple negociadas na Bovespa no acumulado de 12 meses. No período, o valor unitário dos papeis caiu de R$ 39,03 para R$ 33,83.

No último ano, a forte alta da moeda estrangeira se refletiu sobre os ganhos das ações norte-americanas. No entanto, o sócio da Toro orienta que o aplicador não deve olhar só para o câmbio, mas principalmente à solidez dos ativos que está comprando.

Os custos dos BDRs são os mesmos das ações, com taxas de custódia e corretagem que variam conforme a corretora, mais a incidência de 15% do IR sobre o rendimento, com isenção sobre as negociações do mesmo dia (daytrade) de até R$ 20 mil.

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