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Corretoras e startups começam a oferecer produtos que eliminam o “fator humano” na gestão de carteiras | AFP PHOTO/MAURICIO LIMA/Arquivo
Corretoras e startups começam a oferecer produtos que eliminam o “fator humano” na gestão de carteiras| Foto: AFP PHOTO/MAURICIO LIMA/Arquivo

As decisões de investimentos dos brasileiros ganharam novos aliados na tecnologia. O robo advisor, programa de computador que faz indicações e a gestão de carteiras para os aplicadores, começa a se popularizar no país e a ser oferecido pelas corretoras de valores e pelas fintechs, startups especializadas na área.

A corretora Rico possui desde junho deste ano um serviço de assessoria digital aos seus clientes, além de oferecer uma plataforma com integração para outros robôs. Já a XP informou que lançará a partir de dezembro um sistema próprio de assessoria, enquanto a Easynvest firmou uma parceria com a brasileira Magnetis, que desenvolveu um sistema próprio. Além dela, a startup local Vérios passou a oferecer esse tipo de serviço neste ano.

Atenção aos riscos de mercado e de liquidez

Os adeptos dos robôs-investidores estão sujeitos aos riscos de mercado, que variam conforme as escolhas dos ativos, e à baixa liquidez que alguns investimentos podem apresentar.

O sócio da Inva Capital, Luiz Augusto Pacheco, considera que o número reduzido de produtos no mercado brasileiro e a carência de alguns deles pode afetar as estratégias caso seja necessário redirecionar rapidamente as posições para aproveitar algumas oportunidades de ganhos.

Para o diretor de marketing da Magnetis, Gustavo Stramon, possíveis problemas de falta de liquidez são contornados por meio do perfil do investidor e pela composição das carteiras.

Para fazer a composição das carteiras, os robôs avaliam o perfil, os objetivos de curto, médio e longo prazo e o apetite ao risco dos investidores. Todas as indicações são feitas por meio de cálculos matemáticos e os sistemas são atualizados periodicamente para se adequar aos cenários econômicos, o chamado rebalanceamento.

De acordo com a sócia da Rico, Mônica Saccarelli, os programas oferecem aos usuários a vantagem de obter acesso a um serviço de assessoria que costuma se restringir apenas a clientes com grandes patrimônios. O tíquete inicial na corretora é de R$ 5 mil, enquanto na XP deverá partir dos R$ 10 mil. Na Magnetis, o investimento mínimo é de R$ 15 mil, e na Vérios, de R$ 50 mil.

Os sistemas cobram taxas de administração pelos serviços de gestão e de execução das ordens dos clientes, que vão de 0,4% a 0,5% ao ano, sem contar os custos que cada ativo possui.

Para o diretor de marketing da Magnetis, Gustavo Stramon, os investidores que adotam os conselheiros eletrônicos são pessoas que não têm tempo para criar e administrar as próprias carteiras e procuram por praticidade. “Fora do Brasil, os robôs são sinônimo de millennials, mas aqui estamos a alguns passos atrás. Os clientes que buscam pelo serviço são aqueles que chamamos de afluentes, que têm entre R$ 200 mil e R$ 2 milhões em investimentos, mas são mal atendidos pelos bancos”, acrescenta.

Perfis

Mônica conta que o sistema de gestão de carteiras permite que clientes adequem as estratégias de investimentos conforme os seus objetivos específicos, como adquirir um imóvel ou se preparar para a aposentadoria. Os usuários respondem a questionários que indicam o prazo para alcança-los e os diferentes cenários de acordo com o risco ao qual estão dispostos a tomar. Já o rebalanceamento muda conforme as posições dos investimentos.

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