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A previdência privada pode ser uma boa alternativa de investimento para famílias que têm planos para o futuro educacional dos filhos, netos ou sobrinhos. Com planos específicos para menores, as instituições permitem colocar o jovem como beneficiário ou titular e atraem investidores principalmente com as vantagens tributárias da previdência no longo prazo.

INFOGRÁFICO: confira a simulação de um plano para que o filho chegue aos 60 anos com R$ 1 milhão

De acordo com dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), a arrecadação dos planos para jovens cresceu 5% em maio deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado, e a reserva para menores cresceu 9,6% no mesmo período. “Caso os filhos sejam pequenos, o casal tem tempo para se planejar e poupar recursos que, no montante, podem ficar bastante expressivos e dar sustentação a uma fase que demanda muito gasto, especialmente se lá na frente a faculdade for particular”, diz o educador e consultor financeiro Phillip Souza.

Quanto antes a família der início ao aporte, mais poderá se beneficiar do plano de previdência, sempre indicado para médio e longo prazos, devido ao acúmulo de juros sobre juros. No entanto, é preciso avaliar algumas questões antes de eleger o investimento. Via de regra, a previdência costuma ser uma aplicação cara e, além das altas taxas de administração e entrada, a elevada inflação que o país vive prejudica a rentabilidade bruta da aplicação. Além disso, é preciso ter um objetivo claro com relação ao prazo da aplicação, já que mexer no dinheiro antes do previsto pode acarretar uma perda significativa no rendimento.

Simulação

Para que uma criança hoje com 5 anos chegue aos 18 com um fundo de previdência para pagar uma faculdade particular com mensalidade média de R$ 650, seria necessário um investimento inicial de R$ 1 mil, com aplicações mensais de R$ 100. Ao completar 18 anos, o fundo previdenciário no regime PGBL teria acumulado pouco mais de R$ 26 mil, segundo cálculo do simulador da Brasilprev.

“O ideal é fazer uma simulação pensando na idade do filho, em quanto se pode aplicar por mês, quanto vai custar a educação superior, intercâmbio ou outro projeto, e em quanto tempo ele precisará do valor. Não adianta botar na previdência e não olhar o rendimento e a taxa de administração”, diz Myrian Lund, planejadora financeira e professora da FGV.

Tributação

O que pode compensar as altas taxas são as vantagens tributárias, principalmente no longo prazo. Quem faz a declaração completa de Imposto de Renda (IR), pode optar pelo regime PGBL, que deduz o aporte em até 12% da renda tributável, sendo o imposto pago somente no resgate, sobre o valor integral do aporte. Já para quem usa o IR simplificado ou já atingiu os 12% com outros aportes, o VGBL torna-se a melhor opção, pois, apesar de não haver dedução imediata, o imposto é pago somente sobre o rendimento, e não o valor integral investido.

Para os investimentos de longo prazo – leia-se dez anos ou mais –, a dica é a tributação regressiva, já que ao atingir dez anos o imposto é reduzido ao mínimo de 10%. Do contrário, a tabela progressiva é a melhor opção.

“O modo progressivo é interessante quando o aporte está em nome do filho, pois aos 18 anos ele não terá renda significativa, então o imposto pode cair em uma alíquota até de 0%”, explica Janser Rojo, especialista em planejamento financeiro.

Simulações de investimento

Simulações mostram que, com disciplina, é possível acumular a quantia necessária para alguns projetos relacionados a estudos, com aplicação mensal de valores baixos durante 18 anos:

  • Curso técnico no valor de R$ 5 mil – depósito de aproximadamente R$ 25 por mês, ainda podendo ter uma boa sobra para viabilizar outros projetos.
  • Curso superior no valor total de R$ 30 mil em faculdade popular – depósito mensal de R$ 78. Se o curso for numa escola um pouco melhor, o valor mensal deve ser por volta de R$ 118.
  • MBA no valor de R$ 10 mil –aportes mensais no valor de R$ 26.
  • Intercâmbio nos Estados Unidos no valor de R$ 17 mil – R$ 45.
  • Pós-graduação, também nos EUA, no valor de R$ 110 mil – depósitos mensais de aproximadamente R$ 288.

Procura pela modalidade é crescente

Pioneira nos planos para menores, a BrasilPrev é detentora de 57,2% do mercado de arrecadação de produto para jovens e alcançou crescimento de 7,3% na modalidade no último mês, em relação a 2014. “A demanda tem aumentado. Criamos um produto acessível com opções de investimento mensal a partir de R$ 25. A chave da previdência é a disciplina. Com um plano de longo prazo, o rendimento dos juros pode até ultrapassar o aporte mensal”, diz a gerente de Inteligência e Gestão de Clientes da Brasilprev, Soraia Fidalgo.

De acordo com pesquisa da instituição, as classes A e B se preocupam principalmente com especialização, cursos fora do país e em ajudar o filho a investir no início da carreira. Já as classes C e D veem o plano de previdência como oportunidade de prover ao filho acesso a uma educação que os pais não tiveram, como uma faculdade ou um curso de inglês.

Acompanhamento

Mesmo sendo um investimento de longo prazo, a previdência exige acompanhamento constante, principalmente em caso de mudança do cenário econômico do país, ou mesmo alteração das condições financeiras da família. Segundo o especialista em planejamento financeiro Janser Rojo, o ideal é que se acompanhe a cada três meses ou no caso de grandes mudanças. “Não adianta achar que vai deixar 18 anos lá e só olhar depois. A dica é colocar o filho como participante, para que acompanhe junto o dinheiro que será dele e aos poucos entenda a responsabilidade. É uma maneira de educação financeira”, diz.

Caso o cenário mude e outra opção de investimento se torne mais atrativa, a previdência tem a vantagem da portabilidade. Neste caso, é preciso que a aplicação esteja no nome do responsável.

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