• Carregando...
 | Bigstock
| Foto: Bigstock

O prognóstico de queda dos juros se confirmou e o Copom reduziu a Selic para 14% ao ano na última semana. O corte de 0,25 ponto porcentual foi o primeiro em quatro anos e deverá dar sequência a uma série de novas quedas,conforme a previsão do mercado, o que tem um efeito direto sobre a estratégia dos investidores.

Na renda fixa, os títulos do Tesouro atrelados à taxa básica de juros – o Tesouro Selic – tendem a dar menores retornos no longo prazo, mas ainda são uma opção rentável para quem precisa do dinheiro em pouco tempo. Já para aqueles que olham prazos mais longos e não precisam de tanta liquidez, o gerente de investimentos da Concórdia Corretora, Mauro Mattes, afirma que há uma janela de ganhos nos papeis prefixados e no Tesouro IPCA+, as antigas NTN-Bs.

Renda variável

Para os analistas financeiros, os ganhos em renda variável devem ser encarados dentro das estratégias de longo prazo apenas pelos investidores com perfil agressivo e disposição ao risco. Além das ações, o gerente de investimentos da Concórdia Corretora, Mauro Mattes, vê possibilidade de ganhos nos fundos imobiliários, que são investimentos com maiores chances de retornos, mas que também podem apresentar perdas.

Para ele, a compra dos prefixados será rentável se os juros futuros ficarem abaixo da remuneração contratada pelo investidor. Logo, caso a previsão seja de uma Selic a 11% no fim de 2017, com tendência de queda nos anos seguintes, os títulos que oferecerem ganhos acima desse porcentual são uma opção a ser considerada para estratégias de longo prazo, afirma Mattes.

Já os ativos ligados ao IPCA, que oferecem a correção inflacionária mais um “prêmio” ao término do período contratado, garantem retornos reais – descontada a inflação – de cerca 6%. Com isso, o ganho é maior que o oferecido pelo Tesouro Selic caso os juros fiquem em 11% e a variação de preços fique acima do centro da meta de 4,5% ao ano. “Mas a garantia de maiores ganhos depende da velocidade de corte dos juros”, acrescenta o professor de Finanças da FAE Amilton Dalledone Filho.

O analista da Concórdia frisa ainda que os investidores precisam se atentar para a marcação de mercado, que é a variação da remuneração conforme as altas e baixas dos juros futuros. Isso significa que para garantir a remuneração prevista é preciso manter os investimentos até o fim do prazo contratado, o que evita o risco de perda se o dinheiro for sacado antes do prazo.

Segundo Dalledone, uma outra alternativa para estratégias de curto prazo na renda fixa é a aplicação nos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) que ofereçam retornos acima da DI, que é muito próxima da Selic.

Bolsa

A redução da taxa básica dá margem também para maiores ganhos na Bolsa de Valores. Para Mattes, a aprovação da PEC do teto de gastos públicos, que passou em segunda votação nesta semana na Câmara, já está precificada pelo mercado financeiro, o que contribuiu para uma alta na Bovespa, que opera acima dos 64 mil pontos. “À medida que o governo aprovar e sinalizar uma disposição para as reformas, como a da Previdência, o mercado vê uma janela para ajustes e começa a ver um esboço de um ciclo virtuoso, com os juros caindo, a inflação recuando e a geração de empregos e o crescimento econômico”, avalia.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]