• Carregando...
Foi a primeira vez desde 2011 que os usados foram mais financiados. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Foi a primeira vez desde 2011 que os usados foram mais financiados.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A crise não derrubou só as vendas do setor automotivo, mas também mudou os hábitos de consumo de quem ainda está disposto a fazer uma dívida para comprar um veículo. Pela primeira vez desde 2011 (início da série histórica), os carros com quatro a oito anos de uso passaram os novos nos financiamentos, segundo levantamento da central de depósitos de ativos e títulos Cetip para a reportagem.

No primeiro semestre, os “usados jovens” responderam por 35,51% dos financiamentos, ou 752,1 mil unidades, enquanto os novos representaram 35,1% do total. A vantagem, ainda que por margens estreitas, começou a ganhar impulso na virada do ano, com a volta da cobrança integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos zero km.

“O mercado de novos teve benefícios fiscais e de crédito enormes de 2010 para cá, mas isso acabou”, diz Marcus Lavorato, gerente de Relações Institucionais da Unidade de Financiamentos da Cetip. Ele pondera que, mais do que uma franca expansão dos usados, o resultado mostra uma volta à normalidade do mercado. Agora, o consumidor que precisa trocar de veículo olha para o tamanho da parcela do novo e acaba migrando para o usado.

O presidente da Fenabrave, associação que representa as concessionárias, Alarico Assumpção Júnior, diz que há menos seminovos na praça. “Grande parte dos donos dos seminovos não quer trocar de carro. Logo, cai o estoque desses veículos e o consumidor parte para unidades mais velhas”, afirma.

As taxas de juros para aquisição de veículos variam entre 0,8% e 4,1% ao mês, segundo dados do Banco Central. O levantamento não separa as taxas por idade dos veículos, mas, segundo especialistas, o juro do usado é maior do que o do novo. Assim, o consumidor precisa levar em conta que o financiamento vai pesar mais no bolso.

Já o preço do seguro costuma sair mais em conta para os carros de “segunda mão”.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]