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O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble é vilão para gregos que apoiam o calote. | Orestis Panagiotou/Efe
O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble é vilão para gregos que apoiam o calote.| Foto: Orestis Panagiotou/Efe

O Fundo Monetário Internacional (FMI) deu um forte alerta nesta quinta-feira (2) sobre um enorme abismo financeiro enfrentado pela Grécia, conforme eleitores nervosos e com dúvidas se preparam para um referendo que pode decidir o futuro do país na Europa.

Dias após a Grécia dar um calote em parte de sua dívida junto ao FMI, o órgão informou que o país precisa de mais 50 bilhões de euros ao longo dos próximos três anos, incluindo 36 bilhões de euros de seus parceiros europeus, para se manter. O país também precisa de um significativo alívio da dívida.

A afirmação, em um rascunho preliminar do último relatório de sustentabilidade, destaca a escalada de problemas enfrentados por Atenas, independentemente do resultado do referendo de domingo sobre a oferta de credores feita no mês passado.

A rejeição do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, classificando como “chantagem” as demandas de credores da União Europeia (UE) e do FMI por cortes de gastos e elevações de impostos, deixou os parceiros da Grécia tão nervosos que não há esperança de reconciliação antes da votação de domingo sobre a questão.

Com bancos fechados pelo quarto dia e controles de capital em vigor, o futuro do governo de esquerda depende do resultado devido ao nervosismo dos eleitores gregos, divididos entre ressentimento com os credores e desprezo pelos políticos locais.

No domingo, caberá ao povo grego decidir sobre uma questão que o governo foi incapaz de acertar durante meses de negociações com seus parceiros europeus.

Tsipras e seu ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, permanecem convencidos de que Atenas pode negociar termos melhores, incluindo alívio da dívida, se a população rejeitar as condições da oferta. Ambos sinalizaram que vão renunciar se os eleitores escolherem o resgate.

“Eu quero acreditar que esses problemas não vão durar muito”, disse Tsipras sobre os bancos fechados. “Os bancos vão abrir quando houver um acordo”, disse ele em entrevista pela televisão, prevendo que o acerto viria dentro de 48 horas após o referendo.

Campanha

O ministro de Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, virou em Atenas o símbolo da campanha a favor do “não” no plebiscito marcado para o próximo domingo (5). Os postes das principais avenidas da capital da Grécia ganharam cartazes com a foto do ministro em destaque, pedindo o voto “Oxi” (“não” em grego), ou seja, contra um acordo com os credores.

O cartaz diz ainda que o ministro alemão “bebe seu sangue” e menciona “5 anos”, em alusão aos últimos cinco anos de austeridade fiscal e crise econômica que atingem a Grécia. Schaeuble virou vilão para os gregos que apoiam o governo do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, do partido de esquerda Syriza.

Braço-direito da chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, o ministro tem sido o porta-voz dela e de outros líderes dentro da zona do euro contra a postura da Grécia nas negociações sobre a dívida do país e os pedidos de socorro financeiro.

US$ 1,7 bilhões

é o valor do desembolso de um pagamento em ajuda a Ucrânia, aprovado pelo FMI. A medida foi tomada com a condição de que Kiev implemente algumas outras medidas de política econômica e reduza seu endividamento. A questão mais complicada é a redução na dívida. O FMI avalia que Kiev receberá US$ 15 bilhões de ajuda de seus credores, incluindo US$ 5 bilhões no ano adiante.

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