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Os fundos que acompanham a variação do dólar ofereceram aos investidores o melhor retorno em julho. Dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capital (Anbima), até o último dia 28, mostram que a categoria dos fundos cambiais deu um retorno de 9%, elevando o ganho para 28,05% no ano. Dados ruins da economia brasileira, clima político tenso e cenário exterior de incertezas fizeram a moeda americana ganhar força frente ao real.

“A instabilidade política, com o enfrentamento do Congresso e o Executivo, economia parando, contas públicas fora de controle e a perspectiva negativa para a nota de crédito brasileira pela agência Standard & Poor’s fizeram os investidores correrem para o dólar”, explica Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da corretora Treviso.

Ele lembra que a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, suba os juros já em setembro e a incerteza em relação aos números da economia chinesa também influenciaram a alta da divisa americana por aqui. A possibilidade de que a agência de classificação de risco Moody’s rebaixe a nota do país também está no radar dos investidores.

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“Não temos muito a comemorar. As perspectivas para o futuro ainda são negativas”, afirmou.

O movimento dos fundos cambiais acompanha o desempenho do dólar comercial, que fechou o mês com valorização de 10,1%. No ano, a moeda sobe mais de 28% e em 12 meses a valorização é de mais de 50%.

Fundos

Os fundos multimercados multiestratégias – que aplicam em diferentes ativos, como câmbio, ações e títulos – também tiveram bom desempenho no mês. Deram um retorno de 2,32% no mês e no ano se valorizam 10,96%.

E a alta da taxa básica de juros (Selic), que subiu a 14,25% esta semana, também vem beneficiando as aplicações em renda fixa, consideradas de menor risco. Os fundos DI ofereceram ganho de 1,04% no mês e no ano o retorno está positivo em 7,11%. Já os fundos de renda fixa tiveram ganhos de 0,88% em julho e no ano estão oferecendo retorno de 7,56%.

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Ações em baixa

Na ponta das perdas, ficaram as aplicações em ações. Os mesmos fatores que fizeram o dólar subir provocaram uma fuga de investidores da Bolsa de Valores de São Paulo e o Ibovespa, índice de referência do mercado, terminou o mês de julho com perda de 4,17%. Com isso, as principais aplicações em ações tiveram prejuízo no mês.

Os fundos da categoria Ibovespa ativo, que tentam superar o desempenho do índice de referência, perderam 1,37% no mês, embora ainda se mantenham no azul no ano, oferecendo um retorno de 2,39%. Os fundos de ações livre, onde o estrategista tem liberdade para aplicar nos papéis que considera mais atrativos, tiveram desempenho semelhante. A perda no mês foi de 1,54%, e no ano esta categoria está oferecendo um ganho de 2,31%. E os fundos indexados ao Ibovespa, que replicam o desempenho do índice, caíram 6,49% no mês e recuam 1,97% no ano.

“A Bolsa reflete a incerteza do investidor com a crise política, o governo sem apoio, a revisão drástica da meta fiscal, e a expectativa de uma retração de 2% para a economia brasileira este ano”, diz Pedro Galdi, analista independente.

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