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Gregos formaram filas em frente aos bancos nesta segunda-feira, mas agências não abriram. | Orestis Panagiotou/EFE
Gregos formaram filas em frente aos bancos nesta segunda-feira, mas agências não abriram.| Foto: Orestis Panagiotou/EFE

O primeiro ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou que o país não irá pagar a dívida de 1,6 bilhão de euros junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que vence nesta terça-feira (30) .

A declaração foi dada em entrevista à televisão estatal grega nesta segunda (29), enquanto milhares de gregos foram às ruas para apoiar a rejeição do governo ao duro programa internacional de resgate.

Com um referendo popular sobre o resgate planejado para o próximo domingo (5), Tsipras, colocou sua própria posição em risco, dizendo que respeitaria o resultado da votação, mas não levaria um governo a administrar a “austeridade perpetuamente”.

“Se o povo grego quiser ter um primeiro-ministro humilhado, há muitos assim por aí. Não serei eu”, disse.

Declarou ainda que lutou para conseguir um “acordo justo” com as instituições e se mostrou convencido de que as negociações continuarão na segunda-feira (6), mesmo que a consulta seja vencida pelo “não”. “Vamos sobreviver e vamos escolher nosso futuro”, destacou, acrescentando que “depois de amanhã o sol sairá pelo leste” e as pessoas continuarão “tendo oxigênio”, pois “os gregos sobreviverão sem programa (de resgate)”.

Com a Grécia a poucas horas de dar um calote, a crise tem aumentado rapidamente. A agência de classificação de riscos Standard and Poor’s cortou o rating soberano da Grécia para CCC-, dizendo que há uma possibilidade de 50% de que o país possa deixar a zona do euro.

Feriado bancário

Os gregos, acostumados a ver negociações arrastadas com credores que geralmente resultam em um acordo de última hora, ficaram chocados com a virada de eventos. Filas se formaram em frente a caixas eletrônicos e dentro de supermercados, enquanto cresciam os temores de falta de combustível e remédios.

Companhias farmacêuticas disseram que continuarão enviando remédios à Grécia nas próximas semanas, apesar do não pagamento das contas, mas alertaram que o fornecimento poderá em breve estar ameaçado se não houver uma ação de emergência.

O colapso das negociações levou a União Europeia e a zona do euro a águas nunca antes navegadas. A bolsa de valores de Atenas ficou fechada, bem como os bancos, mas outros mercados acionários recuaram por temores de que a Grécia pode estar caminhando para sair do euro.

Após meses de brigas, os parceiros europeus da Grécia colocaram a culpa pela crise em Tsipras por rejeitar um pacote que eles consideraram generoso. O lado grego argumenta que os cortes de aposentadorias e as altas de impostos exigidos só aprofundariam uma das piores crises econômicas da era moderna em um país onde um quarto da força de trabalho já está desempregada.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu ao povo grego que “vote sim” no referendo e a Tsipras, “que diga a verdade aos seus cidadãos”. “Peço aos gregos, que amo profundamente, que votem sim seja qual que for a pergunta”, disse. Perguntando o que significaria um “não” dos gregos na consulta do domingo, Juncker afirmou que “significaria que a Grécia diz não à Europa”.

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