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Manifestação na PRC-373, em Ponta Grossa, teve até pneu queimado. | Fabio Matavelli/Diário dos Campos
Manifestação na PRC-373, em Ponta Grossa, teve até pneu queimado.| Foto: Fabio Matavelli/Diário dos Campos

No primeiro dia de protestos dos caminhoneiros liderados pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), as rodovias do Paraná chegaram a registrar 26 pontos de interdição na tarde desta segunda-feira (9). Na grande maioria dos casos, os bloqueios foram parciais e apenas veículos de carga foram impedidos de transitar. A greve é por tempo indeterminado e os trabalhadores que aderiram ao movimento pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

No Brasil, aconteceram protestos em pelo menos 49 pontos de rodovias federais em onze estados, interrompendo parcialmente o tráfego de cargas em 44 trechos, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Em outras cinco manifestações a interdição foi total.

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Os bloqueios estão concentrados em estados importantes para a produção agrícola do país: Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Santa Catarina. Na avaliação de entidades ligadas ao setor de transporte, ainda é cedo para falar em desabastecimento e para calcular os prejuízos causados no primeiro dia de manifestação, mas todas relataram preocupação caso o movimento ganhe força no decorrer da semana.

Vídeo zomba de caminhoneiro que colocou faixas de apoio a Dilma

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O superintendente adjunto do Sistema Ocepar, Nelson Costa, afirma que pode haver desabastecimento no interior do Paraná a partir de quarta-feira (11) caso os bloqueios continuem. A atenção da entidade é com as cargas perecíveis, como leite e frango, que precisam ser escoadas com rapidez.

“Não concordamos com um movimento que proíbe o direito de ir e vir. A partir de amanhã, vamos coletar informações juntos aos produtores para ver quais são os prejuízos acarretados”, diz Costa. Ele afirma também que as exportações de carnes podem ser prejudicadas caso os caminhões não consigam chegar aos portos.

A Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) afirma que ainda falta escoar parte da produção da safra agrícola e que nos meses novembro e dezembro aumenta o transporte de carga por causa das encomendas de Natal. “Cada hora parada é custo enorme”, afirma o coronel Sérgio Malucelli, presidente da Fetranspar.

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) classificou como imoral a paralisação, pois não possui uma pauta dirigida a beneficiar os caminhoneiros autônomos. A preocupação da confederação é que os bloqueios gerem um desgaste com segmentos da sociedade, principalmente porque a categoria segue negociando com o governo pendências que não foram atendidas na greve que aconteceu em fevereiro deste ano.

Na avaliação do presidente da CNTA, Diumar Bueno, o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff é apenas um pano de fundo para motivações de cunho pessoal de alguns fretistas. “Pequenos fretistas que compraram caminhões demais pelo fácil acesso ao crédito e que agora não encontram frete estão por trás do movimento”, diz Diumar Bueno. Ele relata que são 300 mil caminhões a mais no mercado e que não há frete suficiente para todos.

A convocação é liderada pelo Comando Nacional do Transporte, movimento que se declara independente de sindicatos e se organiza através das redes sociais. No início do dia, foi divulgada na página do grupo no Facebook uma mensagem de apoio aos caminhoneiros que iriam aderir ao movimento. A mensagem falava que “é hora de mudar o país.”

  • Bloqueio na Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré (PR).
  • Motoristas protestam em rodovia na região de Ponta Grossa (PR).
  • Motoristas queimam pneus em rodovia na região de Ponta Grossa (PR).
  • Fila devido ao bloqueio na Rodovia dos Minérios, em Almirante Tamandaré (PR).
  • Motoristas impedem que caminhões passem em Almirante Tamandaré (PR).
  • Greve dos caminheiros em Goiás.
  • Greve dos caminheiros em Goiás.

Motoristas dizem não querer negociação e pedem saída de Dilma

  • União da Vitória e Maringá

A greve dos caminhoneiros nas rodovias federais e estaduais do Paraná começou logo cedo. Em Maringá, no Noroeste do estado, os primeiros bloqueios foram registrados por volta das 6 horas desta segunda-feira (9), na PR-317, nas saídas para Iguaraçu e Campo Mourão. A promessa dos grevistas é fechar os quatro trechos de rodovias que dão acesso ao município. “Desta vez não há negociação, pedimos a queda da presidenta, e queremos que a população entenda nossa reivindicação. Nossa luta não é isolada, de uma única categoria. Toda a população sofre as consequências de promessas feitas e nunca cumpridas”, afirma Agnaldo Palma, um dos organizadores da paralisação em Maringá.

Houve bloqueios também na BR-376 na região de Paranavaí (Noroeste) e na BR-476 em União da Vitoria (Sul do estado). Neste último, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de General Carneiro, que cuida do trecho, esteve no local logo no início da paralisação, por voltas das 13 horas, e orientou que os caminhões fossem retirados do meio da via. A presença da polícia foi rápida. “Estamos nos organizando sozinhos. É pacífico”, garantiu um dos organizadores do movimento na cidade, José Ademir. A fila passou dos 60 caminhões e havia cargas vivas e até de combustível.

Por volta das 21 horas de segunda, a concessionária Ecovia confirmou via twitter um início de protesto no quilômetro 5 da BR-277, em Paranaguá (Litoral), próximo à entrada do porto, mas o movimento foi dispersado poucos minutos depois.

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