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Mais da metade das agências bancárias de Curitiba e região estão fechadas para o atendimento ao público nesta terça-feira (28), de acordo com levantamento balanço feito pelo sindicato dos bancários. Segundo a entidade, 233 das 444 unidades (52,9%) têm trabalhadores de braços cruzados e mantém apenas os serviços de autoatendimento. A categoria, que está em greve desde a semana passada, promete um protesto nesta tarde pelas ruas do Centro da capital.

Os grevistas sairão às 15 horas da Praça Santos Andrade e caminharão até a Praça Carlos Gomes pela Avenida Marechal Deodoro. Os organizadores ainda não têm uma estimativa de quantas pessoas participarão do ato.

Segundo dados da entidade, além das agências, dez centros administrativos estão fechados, e as instituições mais afetadas são Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Itaú, Unibanco, Santander e Banco Real. Os bairros de Curitiba em que há o maior número de agências fechadas seriam Juvevê, Portão, Centro Cívico, Hauer, Bacacheri, Mercês, Alto da XV, Água Verde e Batel.

Na região metropolitana, os municípios mais prejudicados são São José dos Pinhais, Pinhais, Araucária, Campo Largo, Colombo e Piraquara, de acordo com os trabalhadores. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias, dos 17 mil bancários lotados na região da capital, aproximadamente 70% estariam de braços cruzados.

Na manhã desta terça-feira, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região obteve uma decisão no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) que derruba um interdito proibitório do Itaú Unibanco, concedido na sexta-feira (22). Desta forma, segundo a entidade, trabalhadores das agências da empresa voltaram a cruzar os braços logo no início do expediente.

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Itaú Unibanco afirmou que não foi notificada oficialmente da decisão. Apesar disso, a empresa recomenda aos clientes que liguem para o serviço de atendimento telefônico dos bancos Itaú e Unibanco para verificar quais agências estão abertas.

Outras decisões judiciais permitem o funcionamento de agências do HSBC e do Bradesco. O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região diz que já recorreu das sentenças. "Estamos esperando para esta terça-feira uma nova decisão", diz. Dias afirma que, desde o início da greve, a adesão dos trabalhadores vem crescendo a cada dia.

Reivindicações

As principais reivindicações da categoria são reajuste salarial de 10%, participação nos lucros e resultados (PLR) de R$ 3.850 e mais três vezes o valor do salário, auxílio refeição de R$ 19,25, cesta-alimentação, auxílio creche e uma garantia da manutenção dos empregos.

Na última proposta apresentada, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), entidade patronal, ofereceu 4,5% de reajuste, cesta-alimentação no valor de R$ 285,21, auxílio creche de R$ 205, e uma PLR dividida em duas parcelas. A primeira seria equivalente a um salário e meio na faixa de até R$ 10 mil, mais 4% do lucro líquido de 2009. A outra seria de 1,5% do lucro líquido, distribuído, igualmente, entre os empregados, até R$ 1.500. Não houve menção à garantia de empregos.

Negociações

A greve dos trabalhadores atinge todo o país e ainda não há uma previsão de encerramento. Na segunda-feira, o comando nacional de greve elaborou um documento em que relaciona as principais reivindicações da categoria e encaminhou à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) solicitando uma reunião de negociação.

Em nota, a Fenaban afirmou que é do interesse de todos que as negociações sejam retomadas. Apesar disso, até a manhã desta terça-feira não havia nenhuma audiência marcada entre as partes, de acordo com a assessoria de imprensa da Fenaban.

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