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Trabalhadores bloqueiam a rodovia que dá acesso a Belo Monte | Lunae Parracho/Reuters
Trabalhadores bloqueiam a rodovia que dá acesso a Belo Monte| Foto: Lunae Parracho/Reuters

2015

é o ano em que a usina de Belo Monte deve começar a gerar energia. A potência da usina será de 11,2 mil megawatts.

As obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira do Pará,voltaram a parar ontem. É a segunda paralisação da obra – que é a maior do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – em menos de 20 dias. Atualmente 60% dos trabalhadores moram em Altamira e os outros 40% são alojados nos canteiros. Estão funcionando apenas 30% dos serviços – os essenciais previstos em lei. O clima é de tensão, mas não há atos de vandalismo ou agressões por parte dos grevistas.

Os cerca de 7 mil trabalhadores decidiram cruzar os barcos argumentando que o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) não atendeu a duas questões da pauta de reivindicações que estava sendo negociada há alguns dias. Os pontos que não foram atendidos são o aumento do valor da cesta básica, que é hoje de R$ 95 (os trabalhadores pedem R$ 300) e a diminuição do intervalo da baixada (direito de visitar a família) de seis para três meses. Todos esses itens já são cumpridos em outras obras do mesmo tipo, "e só o CCBM não quer aceitar", segundo o vice-presidente do Sintrapav do Pará, Roginel Gobbo.

O CCBM disse que a "paralisação surgiu do não atendimento de reivindicações realizadas fora da data-base da categoria, e em plena vigência do Acordo Coletivo de Trabalho de 2012". Representantes do consórcio dizem que serão tomadas "todas as medidas judiciais visando ao encerramento do movimento e o retorno dos funcionários ao trabalho".

Bloqueio

Gobbo disse que, desde a madrugada, os trabalhadores estavam alertas para evitar o reinício dos trabalhos. Para garantir a paralisação, eles fecharam a passagem dos ônibus no quilômetro 27 da Rodovia Transamazônica, principal via de acesso aos cinco canteiros.

De acordo com Gobbo, o Sintrapav solicitou ao CCBM a identificação dos ônibus que transportam os trabalhadores dos serviços considerados essenciais. O sindicalista reafirmou que a organização sindical está aberta à negociação e espera a manifestação do consórcio para o atendimento aos dois itens que faltam. Uma das estratégias adotadas pelos trabalhadores foi colocar um carro de som próximo aos principais sítios para explicar sobre a greve e lembrar que eles votaram pela paralisação. "Se eles argumentarem a ilegalidade, nós iremos defender a legalidade", disse Gobbo.

Na primeira paralisação das obras, ocorrida entre o fim de março e início deste mês, houve atritos entre trabalhadores e policiais militares. Os trabalhadores decidiram retornar aos canteiros depois que o CCBM sinalizou que iria atender às reivindicações. Houve duas rodadas de negociações, sem resultado.

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