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Goldfajn: recentemente, novo presidente do BC afirmou que queda dos juros só deve ocorrer no segundo semestre. | Gabo Morales/Folhapress
Goldfajn: recentemente, novo presidente do BC afirmou que queda dos juros só deve ocorrer no segundo semestre.| Foto: Gabo Morales/Folhapress

O ministério da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou nesta terça-feira (17) que o economista Ilan Goldfajn é o novo presidente do Banco Central (BC). Goldfajn substitui Alexandre Tombini na presidência do BC. A indicação de Goldfajn para a presidência do BC, porém, ainda tem de ser aprovada pelo Senado. A transição de cargo, com Tombini, deve ser gradual e levar cerca de um mês. Enquanto isso, Tombini segue no comando do BC. Meirelles também anunciou nesta terça outros nomes da nova equipe econômica.

Economista-chefe do Itaú até a segunda-feira, Ilan Goldfajn (veja o perfil completo do novo presidente do BC) enfrentará o desafio de controlar a inflação sem afundar ainda mais o Brasil na severa recessão que o país atravessa. Goldfajn, cuja nomeação era esperada pelos mercados, já foi diretor de política econômica do Banco Central no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Vamos fazer diagnóstico preciso e correto e tomar medidas que sejam não só eficazes, mas que sejam definitivas. Não sejam medidas que tenham de ser revertidas”, explicou Meirelles durante o anúncio da nova diretoria do BC. O ministro destacou a nova “autonomia de decisão” da instituição que administra o sistema financeiro do país. “O Banco Central não tem sua autonomia questionada, tem autonomia técnica de decisão”, afirmou.

Ilan assume o cargo mais alto do BC aos 50 anos de idade. Em abril deste ano, em coluna publicada pelo jornal O Globo, defendeu que a autoridade monetária reduza a taxa básica de juros, a partir da observada trajetória de queda da inflação. Ponderou que o corte não deve ser feito no primeiro semestre, sob o risco de gerar “otimismos exagerados” no mercado financeiro. Para ele, é preciso primeiro garantir a redução da inflação.

Tombini previu que Goldfajn será bem-sucedido em sua gestão. “É um profissional reconhecido, com larga experiência no setor financeiro brasileiro, ampla visão da economia nacional e internacional, além de já ter passagem pela diretoria colegiada do BC”, afirmou Tombini em um comunicado.Suas qualidades e sua formação “o credenciam a uma bem-sucedida gestão frente à autoridade monetária brasileira”, acrescentou.

Status de ministro

O presidente interino, Michel Temer, retirou o status de ministro do presidente do Banco Central, mas o governo enviará uma proposta de emenda constitucional ao Congresso para manter a proteção de foro privilegiado para o cargo, prerrogativa que será estendida a toda a direção, explicou Meirelles. Com a autonomia técnica definida em uma emenda, o BC “vai ganhar”, porque “haverá uma garantia constitucional do que hoje é um acordo verbal”, explicou Meirelles.

Equipe econômica

No cargo de secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Carlos Hamilton será o formulador das políticas macroeconômicas que vão fundamentar as ações do governo federal, segundo explicou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Meirelles fez questão de afirmar que foi encarregado pelo presidente em exercício Michel Temer de ser o “coordenador” da política econômica, responsável por falar em economia e propondo as medidas. “Ele vai dar a base para a ação”, afirmou.

O ministro disse que a ideia é que haja uma base de avaliação de comportamento das despesas públicas com precisão. Ele repetiu o seu mantra: “Vamos devagar que eu estou com pressa”. Meirelles disse que é preciso ir com rapidez, mas de forma eficaz.

Previdência

Escolhido para a nova secretaria de Previdência Social, o economista Marcelo Caetano vai formular uma política de Previdência Social para o país. Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o economista Mansueto Almeida, à frente da Secretaria de Acompanhamento Econômico (SEAE), vai focar a sua atividade no diagnóstico das despesas públicas.

Segundo ele, a SEAE vai cuidar de atividades na área de competitividade e microeconomia, mas o foco principal é uma análise detalhada das despesas públicas que vai dar o fundamento para as medias que serão tomadas gradualmente. “Vamos fazer um diagnóstico preciso e correto e tomar medidas que sejam eficazes e não tenham que ser revertidas”, afirmou. Ele enfatizou que vai fazer uma análise detalhada e profunda das despesas.

Receita e Tesouro

Ao anunciar os nomes que farão parte da equipe econômica, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, elogiou o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. “Rachid continua secretário da Receita Federal, que é um profissional de grande competência e respeito”, disse com um largo sorriso no rosto.

O ministro também afirmou que irá manter o secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira. “No momento, o Otávio Ladeira continua na secretaria do Tesouro, assim como os demais secretários da Fazenda”, afirmou.

Bancos estatais

O ministro disse que os novos presidentes dos bancos públicos serão anunciados no futuro.

Goldfajn era economista-chefe do Itaú

Novo presidente do BC já ocupou diretoria do banco na gestão FHC e tem ampla experiência no mercado financeiro

Economista, com mestrado pela PUC-Rio e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), Ilan Goldfajn ocupava o cargo de economista-chefe do banco Itaú. Ele foi consultor do Banco Mundial, do FMI e das Nações Unidas, além do governo brasileiro e do setor privado. Exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do Banco Central, entre 2000 e 2003, durante a gestão de Armínio Fraga (governo FHC), quando foi adotado o sistema de metas para a inflação. Foi também diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças (IEPE-CdG), entre 2006 e 2009, sócio-fundador da Ciano Consultoria (2008 e 2009), sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos (2007-2008) e sócio da Gávea Investimentos (2003-2006).

Em 1999, passou a fazer parte do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), atuando até o fim de 2008 como professor do Curso de Mestrado em Finanças Internacionais e em Macroeconomia. No FMI, sua atuação foi entre 1996 e 1999. Foi ainda professor assistente na Universidade de Brandeis, em Massachusetts, em 1995 e 1996, e membro do Conselho de Administração da Cyrela Commercial Properties de abril de 2007 a abril de 2013.

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