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A tecnologia é muitas vezes acusada de acabar com empregos. Não são poucas as profissões que estão presentes só nos livros de história. Mas há também o lado positivo da evolução tecnológica: novas atividades serão criadas do zero.

Profissões como a de bioengenheiro, gerente de diversidade, gestor de big data, programador e designer de avatar, conselheiro genético e de aposentadoria terão espaço garantido no mercado de trabalho de 2030 a 2045. “O surgimento das novas profissões não pode ser interpretado como solução de redução de mão de obra existente, mas sim a possibilidade de utilizar os postos de trabalho disponível para fins mais estratégicos”, explica Raquel Valença, pesquisadora dos Observatórios Sesi/Senai/IEL do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

Pesquisa aponta áreas promissoras no Paraná

Segundo a futuróloga (profissional que analisa as tendências da tecnologia) e cofundadora da consultoria de inovação e futurologia DIPP, Camila Ghattas, o futuro será moldado por macroevoluções, algumas delas já estão estabelecidas como a manufatura aditivada (por meio das impressoras 3D), a realidade virtual e a robótica. “Esses marcos já têm seu embrião na nossa era atual, e a previsão é de que cada vez mais essas tecnologias se integrem ao cotidiano da população”, explica.

Realidade virtual

Por meio dessas transformações na sociedade, já é possível observar algumas atuações que têm futuro. O designer é uma delas. Esse profissional vai ser demandado tanto para protótipos em impressoras 3D, como no design de avatares para a realidade virtual. O programador também terá emprego garantido no futuro tecnológico para a construção desse ambiente virtual.

“Com a difusão dos drones, vamos assistir ao crescimento da procura por profissionais que possam interagir com essas máquinas, atuando no tráfego aéreo e desenvolvendo sensores. Também teremos um nicho voltado ao estudo da origem dos robôs, e como eles podem automatizar as nossas vidas”, lembra ainda a futuróloga.

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Quer saber mais sobre as profissões do futuro? Você vai conhecer de perto profissionais que estão em áreas promissoras e saber quais caminhos percorreram para sair na frente. Se você ficou interessado e quer ouvir dicas sobre o tema, não pode perder a próxima edição do Papo U da Gazeta do Povo que será realizado no dia 30 de novembro no Museu Oscar Niemeyer (MON). Além da mediadora Mariana Ayres, gamer da Microsoft, o evento conta com os palestrantes Nayane Morais, programadora da Mirum Agency; Diego Ximenes, um dos fundadores da 99 jobs e Jean Gustavo Hansen, professor e fundador do Boot (uma plataforma de aulas online). Haverá também show com a banda The Folkin´Dads e comidas do food truck Nebraska Burgers.

Vagas limitadas. Inscreva-se em www.gazetadopovo.com.br/papou

Data: 30/11

Horário: 19h

Local: Museu Oscar Niemeyer (MON) – Rua Marechal Hermes, 999.

Inteligência artificial, biotecnologia e nanotecnologia são consideradas as macroevoluções emergentes. Para Camila, “na área da inteligência artificial, cyberpsicólogos e cyberadvogados vão atender a essas máquinas com consciência, e também com todos os conflitos existenciais que a vida no futuro poderá produzir”.

Um admirável mundo novo é descoberto na área da biotecnologia. A simbiose tecnológica com todos os reinos animal, vegetal, mineral e fungi proporciona uma infinidade de postos de trabalho. Como a do biólogo sintético, que trabalha na criação de fungos que possam absorver plástico ou o biomédico que atua na criação de gadgets aplicados ao cérebro.

A nanotecnologia extrapola o conhecimento humano atual, e o uso dessa tecnologia hoje significa passos muito rudimentares para o potencial que ela possui. “Teremos programadores de interface cérebro-computador, que mediarão o cérebro humano, acionado por nanochips, e as inteligências artificiais”, prevê a futuróloga.

Quando duas áreas se integram

O trabalho do futuro será modificado de acordo com as tendências tecnologias e sociais que ganham força nas próximas décadas. E a multidisciplinariedade e a transdisciplinariedade darão o tom dessa mudança profissional.

Em algumas áreas, como a da saúde e engenharia, já é possível observar uma grande evolução com as novas descobertas de materiais e processos que possibilitam o agrupamento das tecnologias e conhecimentos gerando uma nova profissão, como a do bioengenheiro.

As impressões 3D a partir de inúmeros insumos, como plástico, metais e tecidos humanos, abrem a possibilidade de prototipar partes do corpo auxiliando a área médica, explica Eduardo Carraro, engenheiro mecânico do Instituto de Bioengenharia do Hospital Erasto Gaertner. “Se hoje são necessários dois profissionais para isso, um para produzir, outro para implantar a próteses num procedimento cirúrgico; num futuro próximo o próprio bioengenheiro irá imprimir seus instrumentos e ferramentas de trabalho”, diz.

A gestão dos dados também se apresenta nos postos de trabalho de uma forma multidisciplinar, comenta o diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, Fabro Steibel. Segundo o especialista, essa é uma nova matéria prima que não tinha uso tão claro a um tempo atrás. “Estamos no início da era do big data, e a coleta dos dados será a parte mais fácil. É preciso um profissional, provavelmente do setor de exatas com formação nas áreas de humanas, que saiba interpretar os dados e, desta forma, promoverá a gestão dessas informações de forma estratégica para todos os departamentos da empresa”, diz.

Outro nicho que o especialista aposta que vai crescer, de uma forma transversal, é o da economia criativa. A economia da cultura fará o contrapeso nesse futuro tecnológico resgatando que os humanos são melhores máquinas, explica Steibel. “Apesar do indivíduo já ter o DNA com o IP tecnológico, a grande mão de obra que vai se diferenciar terá esse fator cultural”, afirma.

Estudo aponta áreas promissoras no Paraná

Os setores portadores de futuro e os perfis profissionais desejados para a indústria do futuro são moldados constantemente pelo avanço tecnológico, afirma Raquel Valença, pesquisadora dos Observatórios Sesi/Senai/IEL do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná. “Vivenciamos o fortalecimento do conceito de Indústria 4.0, como sendo uma nova revolução industrial. E, com isso, terá uma grande quebra de paradigma de processos produtivos, de gestão e de aplicação das tecnologias”, diz. Para tanto, o emprego do futuro terá que trazer respostas a esses novos desafios sociais, políticos, econômicos e tecnológicos da sociedade e da indústria.

Uma pesquisa multissetorial realizada pela instituição detectou 227 perfis profissionais promissores para a indústria no Paraná. A pesquisadora explica que “os perfis profissionais podem ser considerados transversais para o Brasil como um todo, salvo algumas especificidades do tecido econômico de cada região”.

Lembra ainda que em 15 anos as atividades serão automatizadas, conectadas, otimizadas e inteligentes, modificando o modelo industrial atual. “Os funcionários passarão a ter mais atividades relativas à supervisão, análise, resolução de problemas e interpretação de resultados. Características que são necessárias para manter os processos automatizados em operação, atuando para garantir a qualidade e a continuidade das atividades industriais”, afirma Raquel.

Sustentabilidade

Foi apontada como uma tendência transversal a todos os setores econômicos do estudo. Profissionais orientados para o tratamento de resíduos, regulamentação ambiental, minimização dos gases do efeito estufa, gestão territorial sustentável e energias renováveis serão requisitados, assim como o gestor de ecorrelacões que faz a ponte entre o conhecimento técnico e stakeholders das organizações.

Qualidade de vida

Profissionais que atuam promovendo a longevidade e bem-estar da população, como os conselheiros de investimento a ser feito na aposentadoria, serão muito requisitados no ambiente de trabalho do futuro. O gerente de diversidade terá papel importante na valorização das etnias dos imigrantes e da diversidade de gênero dentro das organizações. Novas áreas de atuação como a nutrigenética e farmacogenética, que se ocupam da prescrição de fármacos e dietas conforme o perfil genético dos indivíduos, e bioengenharia mostram uma tendência multidisciplinar do profissional.

Inovação aberta

No mercado competitivo do futuro, a gestão da inovação e gerenciamento de pesquisa e desenvolvimento farão parte do dia a dia das indústrias. Se hoje esses profissionais estão mais concentrados em redutos tecnológicos, eles terão mais espaço no ambiente empresarial, além de possuírem, naturalmente, um perfil de monitoramento de tendências.

Aceleração científico tecnológica

A grande aposta nesta área é a convergência tecnológica NBIC que une nanotecnologia, biotecnologia; infotecnologia e cognotecnologia (setor que se especializa em neurociências). Essas quatro tendências são apontadas por especialistas como responsáveis por grandes ondas de transformação científica-tecnológica no planeta.

Agregação de valor aos produtos e serviços

No futuro, os produtos de consumo terão cada vez mais utilidades. Chamados de bioativos, esses itens serão capazes de interagir com o corpo humano, potencializando, conservando ou recuperando as capacidades biológicas. Já existe no mercado sutiã que libera hidratante na pele e espera-se uma evolução de produtos similares, com tecidos inteligentes para atender a especificidade de determinados do usuário.

Personalização e Customização

Tem caráter transversal e será decisivo para um negócio próspero no futuro. É também um dos grandes valores da impressão 3D, que possibilita a produção sob medida. Num futuro próximo, o sapato além de ter o tamanho do pé do usuário, terá também sua pisada; assim como a roupa será adequada para a temperatura corporal, medidas e phd de quem a veste. Dessa forma, o usuário deixa de ser tratado por segmento e passa a ser tratado como indivíduo, com suas necessidade e desejos atendidos.

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