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Os sócios José Farlei e Thiago Schultz, fundadores da Werker e responsáveis pelo desenvolvimento do modelo W1-basic | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Os sócios José Farlei e Thiago Schultz, fundadores da Werker e responsáveis pelo desenvolvimento do modelo W1-basic| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

De olho em um mercado bilionário que ainda é incipiente no Brasil, dois engenheiros curitibanos querem popularizar o uso de impressoras 3D em escritórios e microempresas do país – e, por tabela, levar a tecnologia a entusiastas que desejam fabricar suas próprias peças em casa. Os sócios Thiago Schultz e José Farlei começaram a vender nesta semana o primeiro aparelho desenvolvido pela dupla, que aposta no custo-benefício para ganhar espaço.

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Batizada de W1-basic, a impressora 3D criada pela Werker Tecnologia será comercializada neste mês em pré-venda pelo preço promocional de R$ 4.600 – valor que fica abaixo da faixa de entrada das máquinas importadas, que já podem ser encontradas por cerca de US$ 2 mil. As primeiras entregas começarão a ser feitas em agosto e os pedidos estão sendo recebidos pelo site da empresa.

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Para chegar a um preço mais acessível, os engenheiros optaram por desenvolver uma impressora que utiliza apenas um material – o PLA, polímero biodegradável popular entre os adeptos da tecnologia – e que precisa estar conectada a um computador para funcionar. A ideia é entregar um produto pronto para uso imediato: acompanham a máquina 500 gramas de PLA e um software para computador que lê os moldes e permite edições na impressão, como o tamanho do objeto.

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A intenção, reforça Schultz, é que o primeiro modelo possibilite o acesso da empresa ao mercado de impressão 3D e sirva para “medir a febre” dos usuários quanto a possíveis novas versões e recursos. “O apelo maior é na indústria e no setor de serviços. Hoje já há muitos escritórios que compram os aparelhos para imprimir pedidos sob demanda. É uma tecnologia que se paga com facilidade”, conta o co-fundador da Wesker.

A nível mundial, as previsões para o setor são animadoras. Segundo pesquisa da consultoria Wohlers Associates, o mercado global de manufatura aditiva atingiu US$ 5,5 bilhões ano passado e deve ultrapassar os US$ 21 bilhões de faturamento até 2020. A IDC fala em uma taxa de crescimento contínua de 25% para este mercado nos próximos anos, evolução pautada pela diversificação dos nichos de negócio envolvendo as impressoras, antes restritas ao mercado industrial.

Origem

O negócio, contam os sócios, partiu de uma necessidade que os dois encontraram várias vezes durante o trabalho em indústrias: testar pequenas melhorias e correções em peças ou componentes podia demorar mais de um mês, até que os objetos fossem produzidos pelo modo tradicional (e mais custoso). Os engenheiros começaram a pesquisar a tecnologia há dois anos e, desde então, investiram cerca de R$ 25 mil para chegar ao protótipo, enquanto continuavam atuando no mercado.

O empurrão final ocorreu em julho de 2015, quando a Werker Tecnologia, agora formalizada como microempresa, foi selecionada para a Incubadora Tecnológica (Intec) do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A partir deste mês, com o início das vendas, a Werker vai passar a contar com um espaço próprio no Tecpar para produzir os aparelhos. Após o primeiro mês, o preço da impressora sobe para R$ 4.990.

“A incubação tem ajudado muito na parte financeira e de comunicação da nossa empresa. Conseguimos, com o tempo, absorver esse conhecimento de negócios que a Intec possui”, resume Schultz.

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