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O campeão mundial de Go Lee See-Dol (sentado) rodeado por pesquisadores e analistas ao fim do torneio | GOOGLE DEEPMIND/AFP
O campeão mundial de Go Lee See-Dol (sentado) rodeado por pesquisadores e analistas ao fim do torneio| Foto: GOOGLE DEEPMIND/AFP

O programa AlphaGo, do Google, conquistou nesta terça-feira (15) a vitória final em cinco partidas no campeonato do jogo Go entre homem e máquina, no qual competia com o campeão sul-coreano Lee Se-Dol.

A vitória do programa AlphaGo, criado pela DeepMind, representa um êxito para esta companhia do Google, que assegura ter criado uma nova forma de inteligência artificial (AI) com pensamento “intuitivo”. A intenção é que o programa seja agora aplicado a outros campos.

“Fico sem palavras, foi a experiência de jogo mais incrível que já vivi”, declarou o presidente do DeepMind, Demis Hassabis. Das cinco partidas disputadas, o programa de computador ganhou quatro e perdeu uma.

Por sua parte, Lee Se-Dol, campeão sul-coreano deste jogo de tabuleiro de origem chinesa, estava visivelmente frustrado com sua última derrota depois de cinco horas de partida. “Comecei a partida achando que tinha vantagem, mas o fato de que tenha me derrotado demonstra meus defeitos”, afirmou o jogador de 33 anos.

Vitória de programa do Google contra campeão mundial de Go mostra avanço da inteligência artificial

Até hoje, a vitória mais destacada de uma máquina contra o homem havia sido em 1997, quando o supercomputador da IBM Deep Blue venceu o campeão russo de xadrez Garry Kasparov

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“Acho que o AlphaGo ainda está em um nível no qual pode ser derrotado por um humano e, neste sentido, estou um pouco decepcionado”, acrescentou.

Lee tem 18 títulos internacionais e é considerado um dos melhores jogadores de Go da era moderna.

Homem X máquina

A disputa foi acompanhada por cerca de dez milhões de torcedores deste jogo muito popular no leste da Ásia e que requer grandes doses de estratégia.

Até agora, a vitória mais famosa de uma máquina frente ao homem havia acontecido em 1997, quando o computador da IBM Deep Blue derrotou o então campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov.

O desafio parecia mais complicado no jogo Go, em que dois adversários tentam ocupar o maior espaço possível em um tabuleiro quadriculado, colocando, alternadamente, bolas pretas e brancas.

Para vencer no nível mais alto é necessário ter intuição e criatividade, dois quesitos em que se acreditava que o homem fosse superior à máquina. Tanto que a Google DeepMind havia apresentado o jogo Go como “o Everest da inteligência artificial”.

O programa AlphaGo se tornou famoso ao vencer, em outubro passado (5-0), um primeiro torneio de cinco partidas contra o campeão europeu de Go, Fan Hui.

Tarefas complexas

O objetivo maior da inteligência artificial é realizar tarefas gerais com diversos propósitos, mais do que operações simples e de precisão. Ou seja, um comportamento complexo, mais parecido com o raciocínio humano, baseado em uma série de motivações e na aprendizagem.

No caso do jogo Go, os engenheiros do Google perceberam que sua criação poderia vencer adotando um enfoque mais humano, em vez de se concentrar apenas na potência matemática da máquina.

O AlphaGo usa dois jogos de “redes neutras”, que lhe permitem processar dados de uma forma semelhante à do homem, descartando milhões de potenciais movimentos inúteis.

Outra de suas grandes novidades é que ele emprega algoritmos que lhe permitem aprender e melhorar com experiências passadas.

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