Universidade desenvolve computador que “lê” pensamentos

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A inteligência artificial já lê pensamentos. E mais: testes laboratoriais indicam precisão de 70% na tarefa, feita por um sistema computacional criado por pesquisadores da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos. Ele vem sendo programado para prever frases não ditas somente analisando padrões de atividades cerebrais.

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Por meio de ressonâncias magnéticas feitas em 14 participantes enquanto eles liam silenciosamente 240 frases diferentes, a equipe fez varreduras dos cérebros das pessoas analisadas. Depois, usou um sistema para procurar padrões neurais associados a determinadas palavras.

Com a estratégia, os cientistas criaram uma espécie de dicionário e conseguiram identificar, a partir do funcionamento do cérebro, o uso de determinadas palavras. Na sequência, recombinaram os padrões de atividades das palavras individuais para prever novas frases construídas por elas.

O computador se tornou capaz de prever o padrão cerebral para uma frase como “a família joga na praia”, mesmo sem nunca ter tido contato com ela antes. A construção foi feita porque, em outros momentos, o sistema registrou os termos em contextos semelhantes, como “a praia está vazia” e “a jovem jogava futebol”. “Descobrimos que podemos prever os padrões cerebrais não perfeitamente, mas muito melhor que o acaso”, disse Andrew Anderson, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.

Para os cientistas, a inovação pode gerar benefícios altamente significativos, ao ajudar pessoas que sofreram derrames, lesões cerebrais ou AVCs (Acidente Vascular Cerebral), por exemplo, a se comunicar.

“Não será agora, nem no ano que vem, mas, em breve, nossa pesquisa vai permitir que indivíduos que tiveram a fala comprometida por problemas como esses possam se comunicar por meio de um computador”, aposta Anderson.