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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Administrar a maior recuperação judicial da história do país tem seus percalços. Como se não bastasse a tarefa de negociar com credores uma dívida de R$ 65,4 bilhões, a Oi se deparou com um problema inusitado: a lista de credores da operadora carioca não cabe no papel.

A companhia estuda como cumprir a exigência de publicar o rol de 13 mil credores — divididos em mais de 380 páginas no formato A4 — no Diário Oficial da União (D.O.U.). O volume de pessoas físicas e de instituições que têm recursos a receber da tele não caberia numa só edição de um dos veículos de comunicação do governo federal, que começou a circular no país em 1808 com a chegada da Corte portuguesa.

De acordo com uma fonte, há hoje uma indefinição de como será feita a publicação para atender a exigência do juiz da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Fernando Viana. Nesta quinta (30), por exemplo, a Seção 3 — onde são publicadas informações relativas a empresas, como editais e avisos, teve ao todo 272 páginas. Além da Seção 3, o D.O.U tem ainda outras duas seções: a 1, com informações sobre leis e decretos (que ontem teve 112 páginas), e a 2, com informativos sobre servidores (com 84 páginas).

“A Oi está estudando como vai publicar isso no Diário Oficial. Dada a extensa lista, existe uma indefinição uma vez que não cabe numa edição”, disse uma fonte da tele, destacando que a empresa conversa com a Justiça para achar uma solução.

Negociação em Nova York

Procurada, a Oi disse que não comenta. O presidente da companhia, Marcos Schroeder, chegou ontem a Nova York para iniciar as conversas com os credores internacionais em uma nova rodada de negociação. Participam dos encontros ainda Flavio Nicolay, diretor Financeiro da Oi, a PJT e a Moelis, que assessoram a companhia no processo.

A Oi tem 60 dias úteis para apresentar um novo plano de reestruturação das suas dívidas - um total de R$ 65,4 bilhões, dos quais cerca de R$ 50 bilhões em débitos financeiros. A operadora busca um formato que seja aceitável para os credores e acionistas, disse uma fonte a par do assunto. O objetivo é que se chegue a um acordo antes do prazo final de apresentar a proposta.

As negociações entre Oi e os credores foram interrompidas na primeira semana de junho, quando a companhia estava sob o comando de Bayard Gontijo, que renunciou ao cargo no dia 10. Nos dias 6 e 7 de junho, Gontijo tinha se reunido com credores em Nova York, mas não conseguiu o aval de todos os acionistas da Oi, o que teria provocado sua saída, de acordo com fontes. Dez dias depois, a tele entrou com o pedido de proteção.

Conselho da Anatel

Nesta sexta, o Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) fará uma reunião para decidir como fará o procedimento para indicar à Justiça as cinco empresas que irão concorrer à vaga de administrador judicial da Oi, segundo uma fonte. Pela decisão da 7ª Vara Empresarial, a Anatel tem cinco dias para enviar a lista.

“Será feita uma lista com base nas empresas que atuam como administradores judiciais no Brasil”, contou essa fonte.

E a disputa pelo cargo está acirrada nos corredores do Tribunal de Justiça do Rio, com representantes das empresas visitando a Vara. Estão na disputa Alvarez & Marsal, Deloitte, KPMG, Price e Ernest & Young. Mas, segundo fontes, as mais cotadas são Alvarez & Marsal e Deloitte.

Nesta quinta, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (Brasília) negou recurso da Anatel que obrigava a Oi a pagar R$ 840 milhões referentes à Taxa de Fiscalização de Instalação.

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