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A mineira Renata Van Der Weken saiu do mestrado na Bélgica diretamente para  a Cervejaria do Vale, em  Jacareí, no interior  de São Paulo. Desde então, são 10 anos de Ambev e muitos desafios superados. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
A mineira Renata Van Der Weken saiu do mestrado na Bélgica diretamente para a Cervejaria do Vale, em Jacareí, no interior de São Paulo. Desde então, são 10 anos de Ambev e muitos desafios superados.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Em janeiro deste ano, a engenheira civil Renata Van Der Weken desembarcou em Curitiba para assumir o maior desafio da sua vida profissional. Aos 39 anos, ela veio para comandar a fábrica da Ambev na região de Curitiba. É ali, na Refrigeranteira Curitibana, em Almirante Tamandaré, onde são produzidos os refrigerantes das marcas Pepsi e Guaraná, que integram o portfólio de produtos da Ambev. Para quem nunca tinha pisado os pés no Sul do país, ela diz que já se sente em casa.

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Mineira de Juiz de Fora, Renata completa, neste ano, uma década de Ambev com uma carreira praticamente toda construída na área técnica, no setor de Meio Ambiente da companhia. Sua trajetória ascendente na cervejeira tem uma peculiaridade interessante: nunca nenhum gerente de Meio Ambiente da empresa tinha assumido o comando de uma planta diretamente, sem antes passar por outra área. Nem Renata esperava por isso, pelo menos não tão cedo.

Depois de quase cinco anos em Uberlândia, em Minas Gerais, como gerente de Meio Ambiente da unidade, Renata sabia que o seu ciclo lá estava chegando ao fim. Ela pensou que assumiria outra área em uma planta maior, com desafios maiores do que estava entregando. Esperava uma posição intermediária, mas no final de 2017 veio o convite para assumir toda a refrigeranteira da região de Curitiba. 

Temos um processo de avaliação constante na Ambev que analisa as oportunidades com base em nossas fortalezas. Já há algum tempo, nos meus feedbacks, eles me diziam que eu tinha capacidade de assumir uma planta inteira, mas eu não esperava que fosse já”, conta ela. “Deu um frio na barriga, mas fiquei orgulhosa pela confiança que a companhia depositou em mim.

A trajetória de Renata na Ambev começou no exterior, quando ela fazia mestrado em Saneamento Ambiental na Ghent University, na cidade de Gent, na Bélgica, distante cerca de 100 quilômetros de Leuven, onde ficava a sede da InBev, companhia resultado da fusão da brasileira Ambev com a belga Interbrew, em 2004. Renata teve sua dissertação premiada e foi chamada pela empresa para um “dia dos engenheiros na sede global”. De lá, foi convidada para uma vaga na Cervejaria do Vale, em Jacareí, no interior de São Paulo. “Eu era staff do gerente de Meio Ambiente”.

Com 10 meses de casa, atuando na área de tratamento de água, efluentes e resíduos da unidade, ela recebeu a sua primeira promoção, para trabalhar em um centro de excelência em engenharia da Ambev, também em Jacareí. Virou especialista em Meio Ambiente e participou da implantação desta área em três novas cervejarias: Itapissuma (PE) Sete Lagoas (MG) e Uberlândia (MG). 

Estreia na liderança

“Meu último grande projeto antes de vir para Curitiba foi o da cervejaria de Uberlândia, um divisor de águas na minha carreira”, conta Renata, que participou de toda a implantação do sistema de gestão ambiental da unidade. Como gerente de Meio Ambiente, ela formou seu próprio time e estreou na gestão de uma equipe própria. “Trabalhei muito na formação da equipe para deixar um time forte, sólido. Foi bem desafiador porque a minha formação era totalmente técnica”. 

Os treinamentos da Universidade Ambev ajudaram a potencializar um perfil que a engenheira já tinha. Apesar da formação técnica, ela sempre gostou muito de gente e tinha perfil para a liderança: era comunicativa e, principalmente, boa ouvinte, algo imprescindível para um bom gestor. E os resultados vieram rapidamente.

“Em quatro anos, fomos eleitos [a unidade de Uberlândia] duas vezes seguidas a melhor área de MA em um programa de excelência fabril da companhia”. O programa a que Renata se refere é um reconhecimento interno que considera todas as operações 56 cervejarias de 14 países da América Latina. 

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A liderança da refrigeranteira tirou e engenheira da sua zona de conforto. Em Uberlândia, ela comandava 15 pessoas. Na planta de Almirante Tamandaré a engenheira comanda uma equipe de 180 pessoas, sendo 30 líderes que se reportam diretamente a ela. Além do desafio de ter uma equipe maior, o produto também é outro. Lá, era cerveja. Aqui são três linhas de produção de refrigerantes das marcas Pepsi e Guaraná, além das respectivas variações, como o Guaraná Black e Sukita, por exemplo. 

Minha rotina é conhecer as pessoas dos três turnos, cada operador, supervisor, técnico. Meu papel diário é entender os anseios deles, para fechar os gaps de conhecimento e manter um ambiente de trabalho seguro e desafiador

Em um meio predominantemente masculino como o universo cervejeiro e fabril, Renata diz que nunca foi privilegiada ou prejudicada pelo fato de ser mulher. “Fui mãe na Ambev. Sou mãe desde 2010. Voltei da licença maternidade e seis meses depois recebi uma promoção. Isso é bacana na Ambev, a gente cresce conforme vai entregando os resultados. É a sua entrega que determina a velocidade do seu crescimento”, diz.

Em 10 anos de casa, Renata passou pela área de planejamento de investimentos, foi gerente de Meio Ambiente na planta de Uberlândia, onde implantou todo o sistema de gestão ambiental da cervejaria, e hoje é a responsável pelo comando da unidade da Grande Curitiba. Ela não tem dúvidas de que todos os programas de desenvolvimento e oportunidades que foram direcionadas a ela lhe deram corpo para esse novo desafio. “A gente vai sendo esticado para novas oportunidades”.

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