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Fernando Martins já tinha uma rede de cursinhos profissionalizantes quando foi para os EUA fazer MBA e descobriu o modelo de lavanderia por assinatura. Resolveu trazer ideia para o Brasil e deu certo. | Divulgação/
Fernando Martins já tinha uma rede de cursinhos profissionalizantes quando foi para os EUA fazer MBA e descobriu o modelo de lavanderia por assinatura. Resolveu trazer ideia para o Brasil e deu certo.| Foto: Divulgação/

Fernando Martins é paulista de nascença e foi criado no Mato Grosso do Sul, onde se formou em Administração. Mas foi em Chapecó (SC), há 17 anos, que ele decidiu largar a vida acadêmica para se tornar um empreendedor bem-sucedido na área de franquias.

O ano era 2001 quando Martins mudou-se de mala e cuia para a cidade catarinense. Solteiro na época, arranjou um emprego de professor em um cursinho profissionalizante para “não ficar parado”, enquanto não estava lecionando na faculdade à noite. Acabava ensinando aos alunos coisas práticas, como preencher folha de pagamento, fazer nota fiscal, cálculo de férias, de 13.º salário, juros.

A procura foi alta, tanto que ele resolveu montar a sua própria rede de cursinhos. Quatro meses depois já tinha parado de dar aula para se dedicar ao seu negócio próprio. “Foi aí que eu descobri que também tinha vocação para essa coisa de franquia”, lembra.

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Com esse primeiro negócio ele chegou a 250 unidades em todo o Brasil, mas não parou por aí. Já casado, mudou-se com a esposa para Curitiba, onde ficou por quatro anos até decidir vender sua parte no negócio. Em busca de um clima mais agradável do que o da capital paranaense, escolheu Maringá, no Noroeste do estado, que também tinha a vantagem de estar no meio caminho entre Chapecó, terra natal da esposa, e Três Lagoas (MS), cidade dos pais dele. Por dois anos o empresário ficou apenas pesquisando novas possibilidades de negócios. 

Em 2013 resolveu fazer um MBA nos Estados Unidos. Lá se encantou com as redes de lavanderias norte-americanas, imaginando um enorme potencial para esse tipo de serviço no Brasil. Martins, no entanto, queria fazer algo diferente. “Nos EUA todo mundo usa lavanderia, é hábito comum, não é só para roupas especiais como aqui no Brasil. Eu queria uma lavanderia que se popularizasse, que trouxesse um público que normalmente não frequenta esse tipo de serviço”, explica.

Daí surgiu a ideia da Lava e Leva, pioneira no serviço de lavanderia por assinatura no país, em que o cidadão contrata um plano mensal adaptado para as necessidades da família e tem à disposição a prestação do serviço de forma contínua. “A minha mãe era lavadeira, pegava roupas dos outros para lavar em casa. O que eu fiz, basicamente, foi profissionalizar o serviço da lavadeira”, compara. 

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Os planos do serviço partem de R$ 100 mensais e podem ser contratados pelas características da família, pelo número de peças de roupa ou tipos de roupas. “Para o público da Lava e Leva é muito mais barato contratar o serviço do que gastar com uma empregada ou diarista. E também economiza água, sabão, amaciante”, diz o empresário. O cliente deixa a roupa uma vez por semana na loja e retira dois ou três dias depois lavada e passada. Algumas unidades contam ainda com o serviço de delivery.

A primeira loja foi inaugurada em 2014, em Maringá, e um ano depois o empresário lançou a franquia. Além de muito trabalho, estudo e dedicação, contou com um pouco de sorte. Um ano antes o governo federal havia promulgado a PEC das domésticas, o que tornou a contratação de mão de obra mais onerosa para as famílias. O serviço de lavanderia então acabou virando uma opção para muita gente.

A rede se expandiu rapidamente pelo país. Hoje são 347 unidades com um faturamento que bateu os R$ 57 milhões em 2017. No estado de São Paulo está o maior número de lojas – 145 unidades, 46 só capital. Até o fim do ano, a meta é chegar a 400 unidades e a um faturamento de R$ 65 milhões em toda a rede.

Fernando Martins diz que rede de lavanderias “é lucro garantido”

E para quem quiser se tornar um franqueado, Martins garante que a rede é sinônimo de lucro garantido. Ele estima que cada loja fature em média R$ 15 mil por mês. “Como a Lava e Leva é um serviço por assinatura, o franqueado tem garantia de faturamento, porque vai ter clientes que vão pagar mensalmente. Não vai precisar sair matando um leão por mês. Então, o investidor sabe que terá dinheiro para pagar o aluguel e os funcionários. Isso faz com a empresa se torne sólida”, avalia.

A Lava e Leva iniciou também sua expansão internacional, abrindo duas unidades no Paraguai. E há interessados em abrir lojas da rede no Equador e no México. “A ideia é levar uma solução para as pessoas. Trazer o cliente para a lavanderia. E se você começa a lavar com a gente, dificilmente volta a lavar roupa em casa”, garante.

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Fernando Martins é também sócio e franqueador da rede de academias Shogun Team, que leva o nome do lutador de MMA Maurício Shogun, e já possui três unidades. Ele planeja ainda lançar uma franquia na área de cosméticos, com uma marca própria de perfumes e de produtos para a pele. A marca terá uma rede de lojas próprias. 

Os conselhos do empresário para quem quer empreender

Para quem quer empreender, Martins aconselha a não se acomodar, pois para ter sucesso, diz ele, é preciso muito sacrifício e trabalhar duro. “Para ser empreendedor você tem que se preparar bastante. Há um mito que para empreender só precisa ter coragem, mas não é isso, você tem que ler muito, procurar conhecer coisas novas, fazer cursos e estudar. Tem que estar sempre se atualizando”, afirma. Mas a luta compensa, segundo ele. “Quando você conquista a independência financeira, conquista coisas legais, e é dono do seu futuro, da tua vida profissional, aí vale a pena”, prossegue.

Sobre o cenário econômico do Brasil e as possibilidades de sucesso para quem sonha em montar um negócio próprio, o empresário vê boas possibilidades, mas é preciso ter foco e buscar as oportunidades.

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“Por pior que seja o cenário, o empreendedor tem que procurar formas de se motivar. E a parte mais difícil é a automotivação. Eu comecei a Lava e Leva na pior crise do Brasil, em 2014, quando um monte de empresas fechou. Essa motivação vem do conhecimento que você busca, de relacionamento, de informação, de se manter otimista, de pensar que por mais difícil que seja você tem que correr atrás, porque as coisas vão dar certo”, ensina.

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