• Carregando...
 | DANIEL CASTELLANO   /Gazeta do Povo
| Foto: DANIEL CASTELLANO /Gazeta do Povo

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostra que 91,8% das empresas franqueadoras do país investiram em atividades inovadoras entre os anos de 2014 e 2016. Foram ouvidas 198 empresas, que representaram 24,3% de todos os negócios do segmento instalados no país no ano passado.

O estudo apontou que 43,1% das franquias consideram que a inovação aumentou a rentabilidade da empresa e 50,7% ampliou a participação da marca no mercado. O setor registrou um crescimento de 8%, com receita total de R$ 163 bilhões. O número de redes, porém, teve retração de 6%. Hoje são 2.800 franqueadoras.

LEIA TAMBÉM: As 50 maiores franquias do Brasil em 2018

O investimento em inovação no segmento de franquias é mais frequente para a aquisição de softwares, de tecnologias e de conhecimento externo, representando, respectivamente, 90,3%, 88,5% e 81,2% nas empresas.

"Sistemas e softwares são muito importantes por causa do controle do setor financeira. Eles ajudam a fazer previsão de custos e de vendas etc. E isso é para todo tipo de empresa, não só para as mais tecnológicas", afirma o professor de engenharia da computação do Instituto Mauá de Tecnologia, João Carlos Lopes Fernandes.

"Não é um trabalho de inovação disruptiva, mas sim uma inovação incremental, que busca a melhoria contínua. Este é um ambiente que ainda está sendo estruturado e que procura o auxílio com outros parceiros", completa Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF. A pesquisa foi feita em parceria com a Confederação Nacional de Serviços (CNS), e a metodologia para a coleta de dados foi desenvolvida pela Fundação Dom Cabral.

Tradição

Há 68 anos no mercado, a Calçados Bibi estruturou em 2016 uma área de inovação física na sede da empresa e ainda lançou a plataforma Ninho da Inovação.

"Utilizamos toda a nossa base de colaboradores, fornecedores e equipe de vendas para trabalhar a inovação diariamente. Recebemos cerca de 300 ideias por ano", conta Camila Kohlrausch, diretora de marketing e produto da marca.

Dois produtos de destaque da Bibi foram originados no Ninho da Inovação. Um deles é o tênis Patch Mania, desenvolvido com bases no conceito de personalização e que já está em sua terceira coleção.

Outro lançamento recente da marca, o Display Bibi, também surgiu de uma ideia sugerida no departamento. "Sabemos que as criança são nativos digitais e então queríamos levar uma tela de LED para o calçado. Desenvolvemos o produto em dois anos, pois precisamos adaptar essa tecnologia ao calçado", conta.

Novos ares

No caso da Ice Creamy Sorvetes, que tem 70 lojas espalhadas pelo país, a busca por inovação neste início de ano está atrelada ao reposicionamento da marca.

Fundada há três anos, a franquia tenta se aproximar de um público premium. Para isso, está investindo em uma loja modelo que será inaugurada em São Paulo ainda este semestre.

Além do novo layout, mais sofisticado, a unidade vai ter postos de autoatendimento. A ideia é agilizar o processos e diminuir custos. O fundador da marca, Émmerson Serandin, diz ainda que pesquisas prévias mostram aumento no tíquete médio das vendas, quando o próprio cliente monta seu pedido.

Onde tudo começa

Mas é a quilômetros das lojas físicas, na fábrica e no centro de distribuição do produto, em Catanduva, interior de São Paulo, que estão as maiores apostas tecnológicas da empresa.

Em processo de instalação, o ERP, que em português significa Sistema de Gestão Empresarial, vai otimizar os processos da Ice Creamy. A ferramenta controla todas as informações internas e, assim, consegue gerenciar dados e recursos.

Com isso, a matriz identifica o que falta no estoque das lojas. Em seguida, programa a distribuição conforme a demanda registrada. "Assim, conseguimos saber quais sabores e subprodutos mandar para as unidades. A operação é mais assertiva e evita que o cliente se decepcione ao se deslocar e não encontrar o que buscava."

O objetivo é chegar a quase zero de ruptura (quando falta produtos nos estoques). Atualmente, segundo o empresário, a porcentagem está em 10%.

Para Serandin, isso mostra que a busca por inovação e tecnologia não "é só coisa de fintechs startups". Prova, ao contrário, que ela move a cadeia produtiva de qualquer segmento. Com o investimento feito, cujo valor não revela, ele espera chegar ao final de 2018 com aproximadamente 450 unidades da marca pelo país.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]