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Colocando na ponta do lápis, a opção pelo self storage é visivelmente mais econômica e prática: não requer contratos imobiliários burocráticos, não inclui condomínio e nem despesas com contas de luz, água e IPTU. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Colocando na ponta do lápis, a opção pelo self storage é visivelmente mais econômica e prática: não requer contratos imobiliários burocráticos, não inclui condomínio e nem despesas com contas de luz, água e IPTU.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A busca por espaços de self storages, que são serviços de autoarmazenamento, tem sido uma alternativa para pequenos e grandes negócios reduzirem seus custos. Ao invés de locarem salas comerciais ou galpões para guardar estoque de produtos, os empresários e profissionais liberais têm apostado em atender os clientes em pequenos escritórios ou coworkings, deixando a mercadoria em outro ponto.

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Colocando na ponta do lápis, a opção pelo self storage é visivelmente mais econômica e prática: não requer contratos imobiliários burocráticos, não inclui condomínio e nem despesas com contas de luz, água e IPTU. Além disso, o espaço é adequado conforme o tamanho do estoque, sem a necessidade de, por exemplo, o pequeno empresário ter de alugar um galpão grande – geralmente é difícil de encontrar na cidade um com menos de 500 metros quadrados – para colocar um estoque que não ocuparia mais de três metros.

Quando começou seu negócio, há três anos, o distribuidor da marca de cosmético Ruby Rose no Paraná, André Lagos, fez uma longa pesquisa de espaços para trabalhar, desde escritórios e casas até galpões. Percebeu que o custo operacional era muito alto e que, para conseguir sobreviver, precisava baixá-lo. Pesquisou e descobriu que o self storage podia ser uma boa opção. “Na época, anotamos tudo bem certinho e percebemos que colocando nosso material em um box de self storage teríamos uma redução mensal de gastos de 40%”, conta.

André optou pelo serviço do D-Espaço, que além dos boxes oferece um escritório para que os empresários de qualquer porte possam atender clientes e fornecedores. Assim, ele passou a usar o espaço para tudo. Alugou primeiro um box pequeno de três metros quadrados. Depois, aumentou para dois boxes e mais tarde para três. Hoje o negócio cresceu bastante. Ele atende a 3 mil clientes no estado inteiro e para estocar os cosméticos ocupa dois espaços de 20 metros quadrados e mais um de 9 metros quadrados.

“Foi graças à economia que fizemos com a locação de espaço que conseguimos crescer bastante. Agora estamos indo para um barracão de 780 metros porque o negócio aumentou muito. Mas se não tivesse começado assim, não conseguiria. No começo não tinha nenhum cliente e não podia gastar muito”, conta.

Como funciona

Os espaços de autoarmazenamento alugam boxes por metro quadrado. Em um deles, a D-Espaço, que fica no bairro Hauer, o metro quadrado custa R$ 70 mensais. Em outro, o Espaço A+, localizado no Centro, o box vai de 4,5 a 12 metros e o preço varia de R$ 300 a R$ 990 por mês, conforme o tamanho. Embora o valor esteja associado ao metro quadrado, na prática o cliente escolhe pelo metro cúbico. Isso porque a estocagem dos produtos utiliza o espaço inteiro, até o teto.

Nos dois espaços existe sistema de segurança 24 horas e o cliente é livre para gerir seu estoque como quiser. Não é uma prestação de serviço, ou seja, não há funcionários que vão fazer carga e descarga dos produtos e nem receber a entrega. Cada locatário do box fica responsável por isso.

Crise impulsionou o negócio

Os self storages começaram com uma procura maior de pessoas físicas, gente que mudava de casa e precisava guardar seus pertences temporariamente, ou ia para um espaço menor e não queria se desfazer definitivamente de alguns objetos. Porém, com a crise econômica dos últimos três anos, o cenário mudou. Muitos comerciantes e empresários viram no serviço de autoarmazenamento uma boa saída para redução de custos.

No D-Espaço, por exemplo, dos 200 boxes, 40% são ocupados por pessoa jurídica. Isso sem contar nos profissionais liberais como advogados e médicos que usam o espaço para guardar autos de processos e prontuários médicos. “Existem ainda pessoas que fazem o contrato como pessoa física mas usam o box para armazenar produtos de empresas. Tem empresários que fecharam por conta da crise mas pretendem reabrir, então aproveitam o serviço de self storage para isso”, conta a diretora executiva da Real Estate, dona da D-Espaço, Paola Noguchi.

Ela comenta também que muitas empresas grandes preferem armazenar os produtos em box por conta da segurança, por terem sido assaltados em suas lojas. Além disso, alguns aproveitam o espaço físico da loja para expor os produtos e usam o self storage para estocar, o que, no fim das contas, acaba sendo uma economia.

A gerente do Espaço A+, Rousy Rojas, diz que há um ano, quando abriu o self storage, já estava de olho em focar em solução inteligente para empresários e comerciantes. Por isso optou por abrir o serviço no centro da cidade, para facilitar para quem trabalha com e-commerce, por exemplo, que usa bastante serviço de correio, ou quem usa coworking central e precisa armazenar seus produtos mais perto. “Fiz muita pesquisa e vi que era uma tendência. Aqui ainda o mercado de self storage é recente, tem apenas dez anos. Mas nos Estados Unidos existe há muito tempo”, diz.

O Espaço A+ também atende muitos prestadores de serviço, como eletricista e colocadores de piso, que trabalham com material de alto custo e acham arriscado andar com ele no carro.

Mercado

No Brasil, o mercado de self storage ainda é iniciante, mas ganhou força depois da crise econômica. Dados da Associação Brasileira de Self Storage mostram que no país inteiro existem, registrados na associação, 197. O maior mercado é em São Paulo, com 70 unidades. Em Curitiba há registro de 5 credenciadas, mas estima-se que no total existam cerca de 10.

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