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Paul Malicki (CEO) e Arthur Virzin (CTO), fundadores da Flapper | Divulgação
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Paul Malicki (CEO) e Arthur Virzin (CTO), fundadores da Flapper| Foto: Divulgação Flapper

Com show marcado em São Paulo, a funkeira JoJo Todynho embarcou num jatinho particular e, em poucos minutos, chegou ao seu destino. A cantora comprou a passagem pela Flapper, aplicativo que é uma espécie de "Uber dos aviões", e que tem feito fama entre famosos e gente da classe média alta, disposta a pagar um pouco mais (mas não muito) para voar de primeira classe.

Além de JoJo Todynho, já voaram de Flapper o youtuber Whindersson Nunes, o ex-jogador Ronaldo Nazário, o casal Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, e a modelo Karina Bacchi com seu filho, Enrico. O aplicativo também virou moda entre os famosos. “Cuidado. Aviação privada pode viciar”, brincou em uma postagem na internet o ator Lucas Malvacini, que ficou conhecido como “Anjinho” na novela da Rede Globo “Amor à Vida” (2013).

Os voos da Flapper são todos em aeronaves particulares, aviões e helicópteros, operados por empresas de táxi aéreo. O cliente paga a passagem por pessoa e por trecho, igual ocorre na aviação comercial. E os preços não são assim tão díspares. 

Numa promoção recente, o voo do Rio de Janeiro para São Paulo chegou a sair por R$ 250. Na véspera do carnaval, quando os preços costumam subir, era possível cruzar a ponte aérea por R$ 750 o trecho. 

Assim como o Uber não é dono dos seus carros — que são dos motoristas parceiros — a Flapper não possui nenhuma aeronave. Os voos são realizados por empresas de táxi aéreo, homologados na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com a licença devida (TPX). 

#Repost @jojotodynho ・・・ Que tiro foi esse @flyflapper ?

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Como funciona o serviço da Flapper

Pelo aplicativo, o usuário pode conferir os certificados de aeronavegabilidade e de manutenção da aeronave, além dos seguros aeronáuticos e de responsabilidade civil, bem como a certificação da empresa na Anac. 

A maior parte dos voos é programada pela própria Flapper, no circuito São Paulo, Rio de Janeiro e Angra dos Reis. Além de um helicóptero, da Icon Aviation, que percorre o Litoral Norte paulista, do Guarujá até Mangaratiba. O cliente pode optar por pousar dentro do próprio condomínio, se for o caso. 

Outros trechos são lançados de acordo com a demanda. Durante o carnaval, por exemplo, a Flapper ofereceu voos para Búzios, no estado do Rio de Janeiro, e Morro de São Paulo, na Bahia. 

Até o fim do ano, o aplicativo pretende lançar voos fixos para Brasília e Belo Horizonte. E no ano que vem, para Curitiba, Búzios e Trancoso. 

Outra opção são as empty legs. Isto porque uma aeronave que faz um voo fretado precisa voltar para o aeroporto de origem. Muitas vezes este voo volta sem passageiros (uma "perna vazia", na tradução literal para o português). A Flapper pega estes voos e vende os assentos em seu aplicativo. 

As empty legs permite a oferta de voos por preços entre 40% e 50% mais baratos do que o normal, estima a Flapper. Além de garantir ofertas eventuais para trechos não cobertos pela startup. 

Por isso os usuários podem encontrar voos ocasionais entre Porto Alegre e Gramado, ou entre São Paulo e Curitiba, por R$ 350 a R$ 400. O anúncio dessas promoções são feitos por notificações no aplicativo e pelo Instagram, e esgotam em no máximo duas horas, estima a empresa. 

Vácuo de primeira classe doméstica no Brasil impulsionou a ideia da Flapper

A Flapper foi fundada pelo polonês Paul Malicki. Citado na Forbes como um dos 30 jovens influentes com menos de 30 anos, Malicki foi CMO e sócio da startup brasileira Easy Taxi, vendida para a Cabify em 2017. 

Seus cofundadores são os executivos da fintech Qiwi. No início de 2016, eles pensavam em lançar um app de compartilhamento de helicópteros. Mas logo migraram para o setor de aviões.

"Eu voo muito, e vi que o Brasil não tinha primeira classe doméstica já há alguns anos", comenta Malicki. O público-alvo é de consumidores de classe média alta, que buscam conforto, mas com passagens de até R$ 2 mil. 

Até por isso o foco atualmente é no Sudeste, e em trechos de até 1.000 quilômetros. "Na aviação privada, os trechos acima disso são difíceis de rentabilizar", explica o CEO. 

Modelo de negócios e os planos expansão da “Uber dos jatinhos”

O pagamento dos voos é feito pela própria plataforma da Flapper — site ou aplicativo — que retém um porcentual entre 3% e 5% da transação. No caso das pernas vazias, o valor é repassado integralmente para as operadoras, já que a intenção é "gerar engajamento e popularizar o conceito entre o novo público de aviação executiva". 

Neste ritmo, a Flapper pretende atingir a rentabilidade ao final de dois anos. A empresa já comemora um aumento na taxa de aproveitamento de 35%, no primeiro mês; para 60%, no terceiro. 

No futuro, a ideia é lançar um serviço de assinatura mensal, em que o cliente paga por mês para voar à vontade. É um modelo similar ao adotado nos Estados Unidos pela JetSmarter, uma das várias empresas que inspirou o modelo de negócio da Flapper.

"Decidimos ‘tropicalizar’ a nossa operação, criando uma mistura de JetSmarter, com SurfAir, com JetSuiteX. Por exemplo, vamos oferecer tanto voos de jato como voos de turboélices, porque alguns aeroportos não aceitam jatos no Brasil. Nos EUA essa restrição de pista curta não existe", explica Paul Malicki.

Além de Malicki, a Flapper tem como sócios e cofundadores os brasileiros Arthur Virzin (CTO), Iago Labapiari (CPO) e William Oliveira (Infraestrutura).

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