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| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O cenário econômico incerto, com grande possibilidade haver crescimento baixo por muito tempo e alguns tropeços por causa da fragilidade das contas públicas, deixou o gestor de fundos mais respeitado do mercado, Luis Stuhlberger, na defensiva.

Em entrevista ao jornal Valor na última sexta-feira (23), Stuhlberger avalia que o país atravessa um momento de “ilusão de ótica”, com muita gente enxergando uma situação melhor do que a realidade. O gestor chama a atenção para o fato de que há vários problemas latentes na economia que podem aparecer a qualquer momento.

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Entre eles, o fato de as contas públicas estarem muito longe do equilíbrio e de a recuperação econômica prevista ser lenta e sem a geração de empregos o levaram a montar uma estratégia conservadora.

Metade do fundo hoje está posicionado em títulos do governo, mais especificamente NTNBs, de curta duração. Parece complicado, mas é um investimento que está ao alcance de todos através do Tesouro Direto. A negociação pode ser feita sem as taxas cobradas por fundos de investimento e com risco muito baixo.

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As NTNBs são títulos que misturam um rendimento pré-fixado, mais inflação. Eles são interessantes porque garantem um rendimento real e estão automaticamente protegidos de choques econômicos que mexem com o câmbio – que geralmente fazem a inflação subir. Atualmente, o Tesouro Direto oferece seis categorias de títulos nessa linha. Três deles são com resgate semestral dos juros e três só pagam os juros no fim do prazo.

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Na categoria com pagamento de juros semestrais, há vencimentos em 2026, 2035 e 2050. Esse tipo de título é interessante para quem consegue gerir os rendimentos para fazer uma reaplicação, ou para quem quer usar a renda como uma espécie de aposentadoria. As taxas pagas ainda são muito boas, de 5,63% ao ano a 5,65% ao ano, mais inflação. 

Para a maioria das pessoas é mais simples gerir os títulos com resgate do principal só no fim da vigência dos títulos. Hoje o Tesouro Direto vende títulos com vencimento em 2024, 2035 e 2045. A vantagem é que o investidor consegue travar os bons juros inclusive para os rendimentos ao longo da vigência do título. Os juros pagos hoje são de 5,58% ao ano a 5,65% ao ano, mais inflação.

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Escolher um título mais curto ou mais longo depende do perfil do investidor e de seu objetivo. Um fundo tende a preferir títulos mais curtos porque o risco de ficar no contrapé em um momento de elevação dos juros é mais baixo. Ao mesmo tempo, eles facilitam a troca de um título para outro para uma gestão mais ativa. Títulos longos são um pouco mais arriscados se você precisar vendê-los antes do vencimento. Se tiver certeza de que pode esperar o melhor momento para a venda, podem compensar.

Títulos com juros pré-fixados como esses trazem um alerta ao investidor que não está acostumado ao Tesouro Direto. Se os juros subirem nos próximos anos, a rentabilidade para quem precisar vender antes do vencimento vai cair. Se os juros caírem, a rentabilidade vai subir, o que abre uma janela de oportunidade para elevar os ganhos.

Com a economia andando de lado, Stuhlberger defende que os juros de equilíbrio estão caindo. Isso reforça sua tese de investimento.

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O Tesouro oferece mais dois tipos de títulos, os pré-fixados 2020 e 2022 (LTNs) e os pós-fixados 2023 (LFT). Os primeiros pagam juros fixos de 9,66% ao ano e 10,74% ao ano, respectivamente. A rentabilidade das LFTs acompanha a Selic.

A aposta nos pré-fixados depende muito de como você espera que a inflação vai se comportar. Se achar que ela vai cair abaixo de 4% ao ano, pode ser uma boa pedida. Os pós-fixados são uma alternativa para quem pode precisar do dinheiro antes do vencimento e são um substituto aos fundos de renda fixa.

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