• Carregando...
 | Pixabay/
| Foto: Pixabay/

Introduzido no mercado brasileiro entre 2011 e 2012 por algumas seguradoras, o seguro de vida resgatável está ganhando espaço no país. Embora ainda não represente a maioria dos contratos, segundo algumas seguradoras entrevistadas, a tendência é de que isso aconteça no futuro.

A razão para isso é bem simples: além de garantir a cobertura de um seguro tradicional, em caso de doença, invalidez ou morte, essa modalidade permite que parte ou todo o valor investido possa ser resgatado se nada acontecer.

É uma característica que alivia aquela sensação de “dinheiro jogado fora” de quando o indivíduo paga por uma cobertura que nunca é acionada. Basicamente, há dois tipos de seguro resgatável hoje no mercado: o temporário ou com prazo de validade definido; e o vitalício.

LEIA TAMBÉM: Recordes da bolsa atraem investidores, mas não é tão simples entrar nessa festa

No primeiro caso, se nada acontecer, o segurado recebe parte do dinheiro no prazo final contratado. No segundo caso, o cliente pode pedir o cancelamento da apólice e o resgate a qualquer momento, desde que respeitadas as condições da seguradora.

Em geral, as seguradores impõe uma carência de dois anos para o resgate do seguro. A partir daí, quanto mais tempo o cliente esperar para o resgate, maior o porcentual do valor investido a ser recuperado. “A partir do terceiro ano, o custo do resgate é decrescente. No caso da MetLife, o resgate total do valor é possível em dez anos”, explica o diretor financeiro e atuarial da MetLife, Alejandro Widder.

Sobre o resgate, porém, há alguns custos: taxa de carregamento, que varia de seguradora para seguradora, e imposto de renda de 15% sobre o rendimento.

Widder explica que uma das vantagens do seguro resgatável em relação ao seguro pessoal tradicional é que o valor do prêmio não muda. “Geralmente, você paga o seguro dez, vinte anos e, no momento em que mais precisa, ele fica muito caro e você não tem como pagar. No caso do seguro resgatável o valor do prêmio não muda”, diz ele.

Enquanto no seguro tradicional, o valor do prêmio é reajustado em função do envelhecimento do segurado e do aumento do risco de sinistro, no resgatável o prêmio é corrigido anualmente apenas pela inflação.

Para permitir o resgate antecipado, esse seguro funciona de maneira diversa da do tradicional e costuma ser até quatro vezes mais caro.

Uma parte do dinheiro vai para a cobertura do eventual sinistro, mas outra parte vai para a chamada reserva de acumulação, que ajudará a compor a característica resgatável do seguro e que, no caso daqueles com prazo para acabar, se faz mais imediata.

Assim, o capital mínimo contratado em um seguro resgatável costuma ser de cerca de R$ 500 mil, na maioria dos casos.

LEIA TAMBÉM: Pedir a aposentadoria ainda neste ano ou esperar? Saiba o que vale a pena

“Em maior escala, [o seguro resgatável] é utilizado como ferramenta de proteção para preservação de padrão de vida de dependentes financeiros de clientes das classes A, B e C, que em geral são as pessoas que mais buscam este tipo de assessoria. Dentro deste cenário, e com base em pesquisas, consideramos que, para uma família de classe C, os gastos com um filho ao longo de 23 anos passa de R$ 500 mil, portanto, entendemos que é o valor mínimo que faz sentido para começar um planejamento financeiro eficaz”, explica a diretora comercial da Mapfre Previdência e Vida Resgatável, Maristela Gorayb.

Algumas seguradoras, porém, como a Mongeral Aegon e a MetLife, já estão oferecendo esse tipo de seguro a partir de capitais mínimos menores do que R$ 100 mil. Assim, já é possível contratar um seguro resgatável a partir de algo como R$ 200 mensais.

Segundo a seguradora Mongeral Aegon, o mercado dispõe desse serviço há 20 anos e o produto é uma boa alternativa, por ter característica flexível. “A partir dos 16 anos já é possível realizar a contratação e o capital segurado é para os casos de morte, morte acidental, invalidez permanente total ou parcial por acidente e invalidez funcional permanente total por doença. O teto da cobertura é de R$ 3 milhões. O prêmio do seguro pode ser pago mensal, trimestral, semestral ou anualmente”, explica Carolina Vieira, diretora Corporate da Mongeral Aegon.

Entenda bem a diferença entre o seguro tradicional, o resgatável e a previdência privada

SEGURO TRADICIONAL

O que é

Oferece proteção financeira em caso de morte, invalidez total ou parcial e também algumas doenças.

Como funciona

Para que a seguradora pague a cobertura contratada, o segurado precisa pagar um prêmio mensal. O valor desse prêmio é reajustado todos os anos, em razão do envelhecimento do segurado.

SEGURO RESGATÁVEL

O que é

Entrega a mesma cobertura do seguro tradicional, mas permite o resgate parcial antecipado do valor aplicado nos prêmios mensais, respeitadas algumas condições.

Como funciona

O seguro resgatável pode ser, basicamente, de dois tipos. No temporário, o segurado define um prazo. Se nesse tempo não houver sinistro, ele recebe o dinheiro corrigido pela inflação mais, em média, 3% de juros. No vitalício, o segurado pode cancelar a apólice e resgatar o dinheiro a qualquer momento, desde que respeitadas as condições e a carência estabelecidas pela empresa.

Uma vantagem do seguro resgatável sobre o tradicional é que os prêmios mensais não são reajustados. Uma desvantagem, porém, é que ele costuma ser mais caro que o seguro pessoal tradicional.

PREVIDÊNCIA PRIVADA

O que é

Os planos de previdência privada têm como objetivo complementar a aposentadoria ou ainda atingir uma meta de longo prazo, como o pagamento da educação dos filhos. Oferecem uma rentabilidade bem maior do que um seguro resgatável.

Como funciona

Os planos de previdência privada estão divididos em dois tipos: PGBL, que permite a dedução do IR, mas cujo valor total sofre incidência do imposto na hora do resgate; e o VGBL, cujas contribuições não podem ser deduzidas do IR, mas o imposto incide somente sobre os rendimentos na hora do resgate.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]