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Nos EUA, operações semelhantes são comuns e se tornaram uma das principais fontes de renda extra para famílias, em particular a hipoteca de casas. | Pixabay
Nos EUA, operações semelhantes são comuns e se tornaram uma das principais fontes de renda extra para famílias, em particular a hipoteca de casas.| Foto: Pixabay

Modalidade popular no Brasil, os chamados refinanciamentos ou empréstimo com garantia disponibilizam dinheiro com juros na casa dos 2% ao mês, ou seja, ombro a ombro com linhas do consignado. Esses empréstimos avançam no atual ambiente de crise, quando os bancos relutam em emprestar em razão do risco de calote, e também são uma das linhas de frente das fintechs (startups de serviços financeiros) em crescimento no país.

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Nessa modalidade, o cliente aliena um bem — geralmente, casa ou carro como garantia — ao banco ou financeira, que o reivindicará caso o empréstimo não seja pago. Essa segurança na relação, por sinal, é a explicação para o banco cobrar juro mais baixo, uma vez que poderá buscar ressarcimento em caso de calote. Nos Estados Unidos, operações semelhantes são comuns e se tornaram uma das principais fontes de renda extra para famílias, em particular a hipoteca de casas.

“O empréstimo com garantia costuma ser atraente para o consumidor que precisa de um volume alto de dinheiro e quer um prazo de pagamento mais longo”, afirma Álvaro Modernell, diretor da Mais Ativos Educação Financeira.

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Se o valor que se busca é mais baixo — inferior ao custo de um automóvel, por exemplo —, Modernell sugere buscar uma opção mais prática, com preferência para o consignado. A razão para isso é que quem toma crédito com garantia geralmente precisa lidar com a burocracia (e os custos) de cartório para levantar documentação e alienar o bem em nome do banco. Por isso, neste tipo de operação, é fundamental considerar o Custo Efetivo Total (CET) que, além do juro, inclui taxas de vistoria, documentação e eventuais seguros.

É preciso tomar alguns cuidados para não perder o bem

Na Creditas, empresa que pesquisa juros de empréstimos com garantia e faz a intermediação entre clientes e bancos, a procura por esta forma de crédito cresce 30% a cada trimestre — a companhia encerrou 2016 com uma carteira ativa de R$ 135 milhões.

O Banco Central não contabiliza esse tipo de operação. As taxas começam com juros de 1,15% ao mês (14,71% ao ano) mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os prazos de pagamento podem chegar a 240 meses (20 anos).

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“Quem tem buscado esses empréstimos é o público mais jovem, muitas vezes substituindo uma dívida cara por outra com juro bem mais baixo”, explica Felipe Zullino, sócio e diretor de novos negócios da Creditas.

Especialistas apontam que esses empréstimos com garantia efetivamente podem ser uma opção mais barata para quem está no vermelho em valores altos com cartões de crédito e cheque especial, evitando, assim, um efeito bola de neve sobre as finanças familiares, mas fazem alertas. 

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“O juro precisa ser muito mais baixo do que os empréstimos convencionais para valer a pena. E o cliente precisa ter convicção de que conseguirá pagar de volta, sob pena de perder seu bem”, sublinha Modernell.

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