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Como as vendas dos livros para colorir explodiram entre março e abril, os estoques de lápis de cor não foram suficientes para responder ao pico de demanda | James French/Image Source
Como as vendas dos livros para colorir explodiram entre março e abril, os estoques de lápis de cor não foram suficientes para responder ao pico de demanda| Foto: James French/Image Source

Alerta em preto e branco: estojos de lápis de cor se tornaram artigo raro no mercado. É efeito da febre de livros de colorir para adultos no país. As publicações impulsionaram um tsunami de vendas na indústria livreira: saltaram de 0,04% do total no fim de dezembro para 19,3% na semana terminada no último dia 15. Na lista de cinco títulos mais vendidos, três são livros de colorir, segundo a pesquisa Nielsen BookScan.

Colorir pede lápis de cor, que pede apontador, e pode experimentar hidrocor. E, assim, vão se formando outras ondas de vendas em livrarias e papelarias. A Faber-Castell, por exemplo, líder de mercado em seu segmento, precisou reforçar a produção de lápis de cor. Em abril, as vendas do produto da marca — principalmente dos estojos de 36 e de 48 cores — quintuplicaram frente a abril de 2014.

A fabricante reconhece que a alta da demanda foi tão grande que chegou a faltar produto em alguns pontos do varejo. Para reforçar estoques e saciar o apetite dos coloristas de plantão, a Faber-Castell ampliou a produção de lápis de cor a um terceiro turno. A maior subsidiária da companhia alemã produz 1,9 bilhão de ecolápis — entre os de cor e os de grafite — por ano no Brasil.

Mais vendidos

Os dois mais populares títulos em livros de colorir no mercado — “Jardim secreto” e “Floresta encantada”, de Johanna Basford, da Editora Sextante — estão em primeiro e segundo lugares, respectivamente, na lista de mais vendidos no país. “Jardim secreto” vendeu 750 mil exemplares desde o início de dezembro. “Floresta encantada” deve chegar a meio milhão de exemplares vendidos três meses após o lançamento, em abril. Para comparar, “A cabana”, de William Paul Young, o livro mais vendido da história da Sextante, vendeu 320 mil unidades nos primeiros seis meses. Até aqui, já são 4,3 milhões.

O setor foi pego de surpresa pela mania de colorir. Tradicionalmente, os estoques são reforçados para o período de volta às aulas, de dezembro a fevereiro. Como as vendas dos livros para colorir explodiram entre março e abril, os estoques não foram suficientes para responder ao pico de demanda.

A americana Crayola, por exemplo, dobrou as vendas de lápis de cor e zerou seus estoques. Em março e abril, comercializou 12 mil caixas de lápis de cor de 24 cores. “O lápis de cor foi nosso produto líder de venda nesses dois meses. Estamos com itens chegando para repor estoque”, conta Chrystine Pricoli, gerente de vendas da AbraKidabra, distribuidora oficial da Crayola no Brasil desde 2011.

Conjunto completo

As livrarias montam balcões perfilando, lado a lado, livros para colorir e opções de lápis de cor para casar com a escolha do freguês. Na direção contrária, os livros estão chegando ao balcão das papelarias. A Kalunga recebeu semana passada a primeira remessa de livros de colorir encomendada à Sextante. A aposta é consequência da explosão de vendas de artigos para colorir e pintar.

“Na volta às aulas, de janeiro a março, as vendas de lápis de cor subiram 15%, mesma taxa da empresa como um todo. Em abril, a Kalunga, no total, cresceu 10%, já a categoria de lápis de cor teve expansão de 135%. As vendas de apontadores, subiram 70%; a de canetas hidrográficas, 64%”, comemora Emerson Gamarra, gerente de compras da Kalunga.

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