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Sócios e primos, Thiago e Nelso Fiorin mudaram o modelo de negócios no varejo de móveis com a plataforma digital da LojasKD, que apresenta produtos em ambientes decorados | Henry Milléo / Gazeta do Povo
Sócios e primos, Thiago e Nelso Fiorin mudaram o modelo de negócios no varejo de móveis com a plataforma digital da LojasKD, que apresenta produtos em ambientes decorados| Foto: Henry Milléo / Gazeta do Povo

Incentivo

Concorrentes a prêmio passam por peneira e júri especializado

Os concorrentes ao Empreendedor do Ano são indicados por agentes de mercado, que os identificam de acordo com análises de desempenho financeiro, impacto global, espírito empreendedor e inovação, entre outros critérios. A partir daí, profissionais da consultoria fazem a pesquisa e o filtro que vai peneirar os finalistas, submetidos ao júri, formado por empresários, consultores de negócios e analistas especializados. O vencedor da categoria Master, de empresas de grande porte, representa o país na edição global do prêmio, que este ano será em Mônaco.

"O objetivo é inspirar outros empreendedores a fazer cada vez mais pelos seus negócios e pela economia, e também incentivar o empreendedorismo, o motor do país", observa André Viola Ferreira, sócio-líder de mercado da consultoria.

O processo de seleção também contribui para discussões sobre aspectos relevantes da atividade no país. Neste ano, o fórum de debate foi a responsabilidade do setor privado para fomentar os negócios. "Questões como acesso ao capital, ambiente regulatório e tributação estão na esfera governamental. Mas o empresário pode contribuir com planos de negócios bem estruturados, transparência, respeito às regras e gestão profissional", opina.

Logística

A questão logística também pesou na hora de incluir a LojasKD na lista dos finalistas do prêmio Empreendedor do Ano, de acordo com Viola Ferreira, da EY. Desde 2005, a empresa não trabalha com estoque, aumentando as opções de produtos oferecidas ao consumidor. O sistema de cross doc, em que a mercadoria sai da indústria, fica um dia no centro de distribuição e segue para a casa do cliente, também está com dias contados. Desde o ano passado, um novo programa manda a encomenda direto da fábrica para o consumidor, reduzindo custos e prazos de entrega. O modelo exigiu mais investimentos em tecnologia e pessoal qualificado e, em breve, será aplicado em toda a loja virtual.

Passou raspando, mas estar entre os finalistas do prêmio Empreendedor do Ano, promovido pela consultoria EY, foi um importante reconhecimento para Nelso Fiorin e Thiago Fiorin Gomes, sócios da LojasKD, com sede em Curitiba. Indicada na categoria Emerging, a empresa não levou a premiação, entregue à mineira Prática, de fornos industriais. "Mas estar na lista dos indicados já os coloca como vencedores", observa André Viola Ferreira, sócio-líder de mercado da consultoria EY. Além da paranaense KD, o grupo Caramuru, de Maringá, estava no páreo na categoria Family Business, que contemplou Fábio Hering, da Cia Hering.

Fundada em 1997, a LojasKD transformou uma atividade tradicional – varejo de móveis – em um novo modelo de negócio. As vendas pelo site começaram em 2003, "quando as pessoas ainda se perguntavam se era seguro informar os números do cartão de crédito na internet", lembra Thiago. Com mais de 20 mil modelos disponíveis, a proposta da LojasKD é transformar a experiência do consumidor, que pode comprar móveis em uma loja de decoração, seja para produtos de alto padrão ou populares.

No site, os itens são apresentados em ambientes decorados, diferente dos produtos empilhados em lojas de departamento. "Tivemos que reproduzir no ambiente virtual alguns comportamentos da loja física. Armários, por exemplo, precisam de fotos da parte interna. Todo mundo abre a porta do guarda-roupa para ver as divisórias", explica. As informações sobre medidas e materiais ou manual de montagem de cada produto foram outra conquista. Sem esse tipo de preocupação na venda tradicional, a indústria também teve que se mexer, fornecendo dados para as fichas técnicas publicadas no portal.

O resultado no primeiro ano foi tímido: R$ 50 mil, menos de R$ 5 mil em vendas por mês. Mas o novo modelo superou o desempenho das unidades físicas. Tanto que a LojaKD transformou-se totalmente em uma plataforma digital em 2012, quando a última das quatro lojas fiscais foi fechada. Ao mesmo tempo, a empresa foi completamente reestruturada, modificando processos internos e a gestão administrativa. "A antiga organização, de dono e funcionários, foi substituída pela administração similar às empresas digitais, com departamentos e gestores, com remuneração variável e mudança da cultura interna, em que todos agora assumem o negócio como próprio, com envolvimento e participação", explica.

O crescimento robusto, mesmo diante de grandes lojas de departamento e players internacionais, correspondeu aos investimentos. Nos últimos quatro anos, a LojasKD cresceu 50% ao ano, chegando a 1,8 milhão de visitantes no site. A previsão para 2014 é fechar o faturamento em R$ 90 milhões. "Para os próximos seis anos, a meta é crescer 70%", diz.

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