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Os trabalhadores na Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo decidiram suspender a greve até o dia 18 de maio, em assembleia realizada na manhã de hoje (27), pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A decisão foi tomada após o anúncio da proposta encaminhada pela empresa, que inclui o cancelamento das demissões de 500 trabalhadores previstas para o dia 4 de maio, a prorrogação do layoff até o dia 15 de junho e abertura de um novo Programa de Demissão Voluntária (PDV) para todos os trabalhadores da fábrica.

“Em 18 de maio já tem negociação marcada do sindicato com a empresa para avaliar o resultado do PDV. Se o resultado reduzir e der conta de administrar o excedente, estará resolvido. Se não, haverá nova negociação e a mobilização será retomada com a mesma força e garra”, explicou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre.

O presidente do sindicato, Rafael Marques, ressalta que, apesar do quadro difícil em que estão sendo feitas as negociações com a empresa, foi encontrada uma boa saída para o momento. “Conseguimos barrar as demissões sumárias, que não podíamos aceitar. Agora, com a prorrogação do layoff e um PDV com melhores condições para os trabalhadores, vamos continuar a negociação com a empresa”, disse.

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Além das negociações, o sindicato também está cobrando do governo federal ações de estímulo à economia e proteção aos trabalhadores. Na semana passada, a entidade encaminhou ofícios aos ministérios da Fazenda, Trabalho, Desenvolvimento Econômico à Secretaria Geral da Presidência da República solicitando urgência na adoção do Programa de Proteção ao Emprego (PPE).

Desaceleração

Os trabalhadores na Mercedes entraram em greve por tempo indeterminado na última quarta-feira (22), após o anúncio de demissão de 500 dos 715 trabalhadores que estavam com contratos de trabalho suspensos por tempo determinado (layoff). Além desses trabalhadores, a Mercedes-Benz afirma ter ainda um excedente de 1.400 trabalhadores na fábrica de São Bernardo.

A fábrica emprega cerca de 10,5 mil pessoas e atualmente opera quatro dias por semana. A unidade também produz ônibus e componentes. Até então, a empresa havia oferecido aos demitidos um pacote de benefícios de um PDV que estava aberto até hoje. O programa previa o pagamento de nove salários extras.

Crise

Só neste ano as montadoras demitiram 3,6 mil trabalhadores, boa parte por meio de PDVs. Em todo o ano de 2014 foram fechadas 12,5 mil vagas.

A indústria de autopeças, por sua vez, dispensou 25 mil pessoas no ano passado. O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) prevê mais 17 mil cortes neste ano.

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